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TPI emite mandados de prisão para Netanyahu e chefe do Hamas; premiê israelense evoca 'antissemitismo'

21/11/2024 10h57

 O Tribunal Penal Internacional (TPI) de Haia emitiu, nesta quinta-feira (21), mandados de prisão para o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, o ex-ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, e o líder do braço armado do Hamas, Mohamed Deif. Netanyahu reagiu comparando os mandados de prisão do TPI a um novo "julgamento de Dreyfus" e chamou a Corte de "antissemita".

O chamado "Caso Dreyfus" a que o premiê israelense, Benjamin Netanyahu, se referiu, foi um evento importante na história da França no final do século 19, dividindo profundamente a sociedade francesa e marcando uma guinada na história política e social do país.

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O caso ocorreu em um cenário de tensões internas na França da época, com divisões entre republicanos e monarquistas e um aumento do antissemitismo, e levou o escritor Émile Zola a publicar o famoso texto "J'accuse", defendendo Alfred Dreyfus, um capitão do exército francês de origem judaica, acusado de traição em 1894 por espionar para a Alemanha.

"A corte emitiu mandados de prisão contra dois indivíduos, Benjamin Netanyahu e Yoav Gallant, por crimes contra a humanidade e crimes de guerra cometidos pelo menos entre 8 de outubro de 2023 e 20 de maio de 2024", informou o TPI, acrescentando em outra declaração que também pediu a prisão de Deif, líder militar do movimento islamista palestino.

Os mandados de prisão são um marco importante porque é a primeira vez que a corte internacional exige a prisão de aliados do Ocidente, e dos Estados Unidos em particular, segundo informações de Stéphanie Maupas, correspondente da RFI em Haia.

"Dia sombrio"

O ministro das Relações Exteriores de Israel, Gideon Saar, reagiu imediatamente na rede X e afirmou que o TPI "perdeu toda a legitimidade".

 "É um dia sombrio para [o TPI], que perdeu toda a legitimidade para existir e agir", escreveu Saar.

O tribunal de Haia "comportou-se como um brinquedo político a serviço dos elementos mais extremistas, trabalhando para minar a segurança e a estabilidade no Oriente Médio", acrescentou o ministro, para quem o Tribunal emitiu "ordens absurdas sem ter autoridade" contra Netanyahu e o ex-ministro Gallant.

Os mandados de prisão foram classificados como "secretos" para proteger testemunhas e garantir o desenvolvimento das investigações, declarou o tribunal.

"No entanto, a câmara decidiu divulgar a informação detalhada porque parece que ainda há comportamentos semelhantes aos apontados no mandado de prisão", afirmou. "Além disso, a câmara considera que é do interesse das vítimas e dos seus familiares que sejam informados da sua existência", acrescentou.

Segundo Israel, Deif morreu em um ataque em 13 de julho no sul de Gaza, embora o Hamas negue a sua morte.

Quase 45 mil mortos em Gaza

O Ministério da Saúde do governo do Hamas na Faixa de Gaza declarou, nesta quinta-feira, que pelo menos 44.056 pessoas morreram em mais de 13 meses de guerra entre Israel e os milicianos palestinos.

O número inclui 71 mortes nas últimas 24 horas, segundo o ministério, que informou que 104.268 pessoas ficaram feridas na Faixa de Gaza desde o início da guerra.

(Com AFP)

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