Populações amazônicas precisam de cuidados adaptados à cultura para combater HIV, diz associação peruana
Este domingo (1º) marca o Dia Mundial de Combate à AIDS, uma doença que afeta particularmente as comunidades indígenas da América Latina. Na última conferência global de prevenção do HIV realizada no Peru, em outubro passado, líderes indígenas pediram à comunidade internacional que atendesse às necessidades específicas dos povos indígenas, que sofrem com taxas mais altas de infecção.
Com informações de Melissa Barra da RFI
A América Latina é uma das três regiões do mundo onde o HIV ainda está em ascensão, mesmo em 2024. Este ano, seus líderes indígenas solicitaram à Sociedade Internacional de AIDS uma representação permanente na parceria global.
As comunidades indígenas estão entre as populações mais afetadas pelo HIV. De acordo com o Unaids, em regiões do norte do Peru, algumas populações amazônicas têm uma prevalência de HIV quatro vezes maior do que a média nacional.
O ativista indígena e presidente da Associação Informação para Conviver com o HIV, o peruano Fernando Chujutalli, disse à RFI que a prevenção e os cuidados não são adaptados à sua cultura.
"Temos autoridades de saúde em nossas comunidades, como parteiras, curandeiros e herbalistas. Precisamos trabalhar com eles para aumentar a conscientização sobre o HIV. É necessário ter acesso a tratamentos como os retrovirais e associá-los à medicina tradicional. Isso não vai resolver o problema do HIV, mas as plantas medicinais podem ser um bom complemento para aumentar as defesas", disse Chujutalli.
O líder indígena peruano também se referiu aos agentes comunitários de saúde, que, segundo ele, são fundamentais porque conhecem os territórios e falam os idiomas nativos. "Também temos que trabalhar com eles para aumentar a conscientização", acrescentou.
Necessidades indígenas específicas reconhecidas 40 anos após surgimento da AIDS
Por sua vez, as organizações internacionais estão gradualmente reconhecendo essas necessidades específicas.
"Graças ao relacionamento com o UNAIDS na América Latina, pudemos fazer parte do relatório global deste ano pela primeira vez. Isso é histórico; 40 anos após o surgimento do HIV, estamos identificando os desafios que temos", concluiu.
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