Consultora de imagem na França, brasileira Cristina Cordula ajuda pacientes de câncer a mudar visual
Radicada na França há 30 anos, Cristina Cordula é uma ex-modelo carioca, ícone de estilo e de se vestir bem. Há anos ela é apresentadora da televisão francesa em programas sobre consultoria de moda e transformação pessoal. Desta vez, Cristina resolveu usar o seu carisma e experiência para uma mudança inspiradora e sensível. A consultora resolveu ajudar mulheres vítimas de câncer a se conhecerem e se sentirem melhor. A RFI Brasil acompanhou uma sessão de relooking, como é conhecida essa técnica de mudança de visual.
Radicada na França há 30 anos, Cristina Cordula é uma ex-modelo carioca, ícone de estilo e de se vestir bem. Há anos ela é apresentadora da televisão francesa em programas sobre consultoria de moda e transformação pessoal. Desta vez, Cristina resolveu usar o seu carisma e experiência para uma mudança inspiradora e sensível. A consultora resolveu ajudar mulheres vítimas de câncer a se conhecerem e se sentirem melhor. A RFI Brasil acompanhou uma sessão de relooking, como é conhecida essa técnica de mudança de visual.
Maria Paula Carvalho, da RFI em Paris
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O trabalho é uma parceria com o Instituto Rafaël, que oferece um programa de medicina Integrativa e complementar ao tratamento tradicional do câncer, com cuidados em bem-estar, alimentação, estética e outros. "Já houve estudos mostrando que, além da quimioterapia, todos esses cuidados, como trabalho com psicólogos, curso de teatro, de conhecimento do seu corpo, tudo isso ajuda", explica Cristina Cordula.
O objetivo é ir além de uma simples transformação de aparência, revelando força e resiliência adormecidas. "Minhas equipes de consultoria de imagem vão lá duas ou três vezes por mês e a gente faz todo um trabalho de colorimetria, de morfologia. Porque essas mulheres mudaram muito, emagreceram, perderam cabelo e, muitas vezes, a confiança", observa a consultora. "Quando você está contente com a sua imagem exterior, automaticamente tem mais confiança em você, fica mais positiva, com mais força para lutar contra o câncer", destaca.
Com a sua simpatia e sorriso marcantes, Cristina acompanha as pacientes em cada etapa desta metamorfose, quando tudo é pensado para valorizar a nova imagem. "A gente fez todo um diagnóstico para ver qual é o gosto da pessoa, quais são os objetivos dela, quais são os complexos que ela tem, quais as dificuldades, para ver o que ela gostaria e descobrir o que ela espera desse trabalho e entender até onde eu posso ir, pois existe um limite", observa.
"Mimadas e autoconfiantes"
Karine Parthiot, 50 anos, foi diagnosticada com um câncer de mama em fevereiro de 2024. Ela fez quimioterapia, passou por uma operação há cerca de um mês e agora faz radioterapia. A RFI conversou com ela após a mudança no visual, aconselhada por Cristina Cordula. "Eu me sinto fantástica. Passamos um dia maravilhoso com as minhas colegas pacientes do Instituto Raphaël. Fomos acompanhadas, mimadas, aconselhadas. A gente se sente bem, recuperando a autoconfiança", diz. "A imagem que passamos para os outros é importante, mas principalmente para nós mesmas, porque a doença muda muito a nossa aparência e o corpo. Esse trabalho ajuda psicológica e moralmente a nos sentirmos bem", completa.
O encontro, no elegante palacete do Hôtel le Marois, em Paris, foi supervisionado pelas equipes médicas. O trabalho só é possível graças à doação de uma seleção de roupas e acessórios do site de vendas on line Showroomprivé, parceiro na ação.
"Pacientes com doenças crônicas ou câncer passam por tratamentos pesados e, durante essa difícil etapa, enfrentam mudanças físicas e emocionais", ressalta Aurelie Dayan, presidente do Showroom Engagé. "O ato de se vestir, o fato de ter contato com as equipes de relooking e as pessoas que cuidam delas, pode proporcionar bem-estar e autoconfiança para ficarem bem com os maridos, com os familiares, mas também com os amigos, para voltarem a sair", destaca a executiva.
Voltar a viver plenamente é o que deseja Edite Ribeiro da Silva Fernandes, de 57 anos. Diagnosticada com um câncer do reto, com metástase no fígado, ela conta que "o tratamento foi um pouco pesado no início", mas agora está tudo correndo bem. Confiante no trabalho dos médicos e na vida, ela revela como se sentiu após a transformação de visual. "Eu gostei da experiência, eu me sinto feliz, alegre", disse em entrevista à RFI. "Agora, nos sentimos bem femininas, com um outro olhar sobre nós mesmas. Eu acho que é uma boa experiência e que nos dá esperança para o futuro", completa. "Pois na doença, a gente perde a confiança e acho que ela nos devolveu aquilo que a gente precisa nos momentos difíceis", acrescenta.
Apesar das dificuldades, Edite diz que nunca baixou a cabeça ou desistiu de lutar. "Pois a vida é bela e temos que andar para a frente, sempre levantar a cabeça e ter um sorriso para tudo", ensina.
Após a transformação, cada uma das pacientes passa por uma sessão de fotografia, para imortalizar o novo visual e marcar o início de uma nova etapa de vida.