Coroa de espinhos, principal relíquia de Notre-Dame, ganha nova urna após reabertura da catedral
A coroa de espinhos, a relíquia católica mais preciosa da catedral Notre-Dame de Paris, que havia escapado ao incêndio que destruiu o edifício em abril de 2019, retornou à catedral na sexta-feira (13), durante uma cerimônia com a presença de numerosos padres e fiéis.
Por volta das 16h, a coroa foi trazida de volta à catedral em uma procissão, composta, entre outros, por cavaleiros do Santo Sepulcro, que percorreu o caminho até o pátio da Notre-Dame, onde se aglomeravam os fiéis.
A coroa, colocada em um tubo de vidro exposto sobre uma almofada de veludo púrpura, foi depositada sobre o altar, onde o arcebispo de Paris, monsenhor Laurent Ulrich, celebrou a cerimônia diante de cerca de 2 mil fiéis, em um momento de recolhimento e contemplação.
"Para nós, cristãos, é um símbolo rever a coroa de Cristo. Foi um momento muito bonito", afirmou Claudine Zorzi, uma mulher de Estrasburgo de 72 anos, no pátio da catedral.
A coroa foi então colocada na nova urna-relicário projetada pelo designer Sylvain Dubuisson. Moderno, o relicário contemporâneo é um grande retábulo (3,60 x 2,60 m) feito de madeira de cedro e pedras de vidro formando uma auréola. A relíquia é exibida em uma meia-esfera de um azul profundo, localizada no centro do retábulo.
A coroa de espinhos, chamada de Santa Coroa ou coroa de Cristo, é, na tradição cristã, a coroa que foi colocada na cabeça de Cristo antes da crucificação. "É sem dúvida a mais preciosa e venerada das relíquias preservadas na Notre-Dame de Paris", destacou o site da diocese de Paris.
Salva das chamas
Ela havia sido "salva" das chamas que devastaram Notre-Dame em 15 de abril de 2019, assim como a túnica de São Luís, também conservada na catedral, conforme anunciado na mesma noite do incêndio pelo reitor, monsenhor Patrick Chauvet.
Com um diâmetro de 21 centímetros, a coroa é formada por um círculo de juncos reunidos em feixes e presos por fios de ouro, sobre os quais estavam as espinhas (que se dispersaram ao longo dos séculos). A relíquia é conservada na França desde 1239, guardada na Sainte-Chapelle e, depois, na catedral de Notre-Dame desde 1806.
"Foi magnífico", disse Béatrice, de 56 anos, ao sair da catedral, "feliz" porque, "mesmo sem reserva", ela conseguiu "entrar".
(com AFP)
Deixe seu comentário
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Leia as Regras de Uso do UOL.