Em segunda votação, Parlamento da Coreia do Sul aprova destituição do presidente Yoon Suk Yeol

O Parlamento da Coreia do Sul aprovou neste sábado (14) o impeachment do presidente Yoon Suk Yeol por sua fracassada adoção da lei marcial, durante algumas horas, na madrugada de 3 para 4 de dezembro. Do total de deputados que participaram da votação, 204 votaram a favor da destituição de Yoon e 85 contra. Três parlamentares se abstiveram e oito votos foram declarados inválidos, de acordo com o resultado anunciado pelo presidente da Câmara.

O resultado da votação mostra que a moção de impeachment apresentada pelo Partido Democrático, a principal legenda de oposição, obteve o apoio de 12 deputados do Partido do Poder Popular (PPP), sigla conservadora do presidente Yoon. Para ser adotada, a moção de destituição requeria uma maioria de 200 votos favoráveis das 300 cadeiras do plenário. Os democratas contam com 192 deputados na Câmara. 

"O impeachment de hoje é uma grande vitória do povo e da democracia", disse Park Chan Dae, líder da bancada do Partido Democrático.

O presidente está agora suspenso e aguarda a validação da sua destituição pelo Tribunal Constitucional no prazo de 180 dias. O primeiro-ministro Han Duck Soo assume interinamente a presidência. Ele declarou que irá mobilizar todas as suas forças para garantir uma governança estável para o país. 

Cerca de 200 mil manifestantes reunidos em frente à Assembleia Nacional para acompanhar a votação explodiram de alegria ao tomar conhecimento do resultado. Os sul-coreanos se abraçaram, alguns em lágrimas, dançando animados ao som de músicas k-pop.

Crise política

Yoon provocou uma grave crise política na Coreia do Sul ao declarar a lei marcial. O político conservador, de 63 anos, justificou a decisão pela ameaça das "forças comunistas da Coreia do Norte" e para "eliminar elementos antiestatais" no país, uma menção à oposição democrata que discordava de projetos que os conservadores queriam aprovar no Parlamento.

Nos últimos dias, milhares de sul-coreanos foram às ruas protestar contra o ataque de Yoon à democracia, que provocou recordações do passado autocrático do país. O presidente sul-coreano foi investigado por insurreição, assim como seu círculo próximo, e está proibido de sair do país.

Em um discurso exibido na televisão, Yoon pediu desculpas ao povo, que ficou "surpreso e ansioso devido à lei marcial", mas criticou duramente a oposição, que acusou de destruir a ordem constitucional e levar o país a uma "crise nacional".

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Com AFP

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