Resfriado, papa Francisco prefere se poupar antes do Natal e celebra Angelus online
O papa Francisco, que está resfriado, celebrará a oração do Angelus de domingo (22) online, e não da janela do palácio apostólico na Praça de São Pedro, no Vaticano, informou a assessoria de comunicação do pontífice neste sábado. A medida visa poupar o sumo pontífice antes das celebrações natalinas previstas para a próxima semana.
"Devido ao frio intenso, em conjunto com os sintomas de resfriado que se manifestaram nos últimos dias, o papa Francisco celebrará a oração do Angelus no domingo, 22 de dezembro, da capela da Casa Santa Marta", sua residência no Vaticano, afirma uma mensagem em italiano postada no Telegram. A Santa Sé especificou que essa decisão também foi tomada em vista dos "compromissos agendados para a próxima semana".
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Os próximos dias serão carregados para o jesuíta argentino de 88 anos, que abrirá a porta sagrada na Basílica de São Pedro na terça-feira, 24 de dezembro, marcando o início do Jubileu da Igreja Católica, que terá duração de um ano. No mesmo dia, Francisco celebrará a missa de Natal.
No dia seguinte, o sumo pontífice presidirá outra missa e pronunciará a mensagem Urbi et Orbi (à cidade e ao mundo). Em 26 de dezembro, Dia de Santo Estêvão, ele abrirá uma porta sagrada na prisão romana de Rebibbia e celebrará uma missa.
Papa condena crueldade visando crianças em Gaza
Apesar da gripe, o papa recebeu no sábado, em duas audiências separadas, membros da Cúria Romana, o "governo" da Igreja Católica, assim como funcionários da Santa Sé e do Governatorato do Vaticano. Durante um dos compromissos, o sumo pontífice fez uma série de declarações sobre a situação em Gaza.
"Ontem bombardearam crianças. Não é a guerra, é uma crueldade", disse Francisco em reação a um ataque aéreo israelense na Faixa de Gaza na véspera. "É algo que me comove", declarou o pontífice argentino.
Na sexta-feira, a Defesa Civil de Gaza relatou que 10 integrantes da mesma família, incluindo sete crianças, morreram em um ataque aéreo israelense em Jabaliya, no norte do território palestino. Procurado pela imprensa, o exército israelense afirmou que o balanço comunicado pela agência de Gaza "não coincide" com as informações das forças militares do país. As tropas israelenses "atacaram vários terroristas que operavam em uma estrutura militar" do movimento islamista palestino Hamas e que "representavam uma ameaça", afirmou o exército.
Francisco já fez diversos apelos a favor da paz na Faixa de Gaza, palco de uma guerra desde o ataque surpresa do Hamas no sul Israel em 7 de outubro de 2023. Nas últimas semanas, o pontífice elevou o tom contra a ofensiva israelense, que, segundo as autoridades do território governado pelo Hamas, deixou mais de 45.000 mortos, a maioria civis.
No final de novembro, o líder da Igreja Católica afirmou que "a prepotência do invasor" estava "prevalecendo" sobre o diálogo. Ele também publicou um livro em novembro no qual pediu uma investigação "com atenção" para saber se a situação em Gaza corresponde à "definição técnica" de genocídio, uma acusação rejeitada com veemência por Israel.
(Com informações da AFP)