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Último grande hospital operacional em Gaza para de funcionar após ataque israelense, denuncia OMS

28/12/2024 08h41

A Organização Mundial da Saúde (OMS) anunciou nesta sexta-feira (27) que o hospital Kamal Adwan, em Beit Lahia, no norte da Faixa de Gaza, está "fora de serviço" após um ataque do Exército israelense contra combatentes do Hamas. Segundo o movimento islâmico palestino, o estabelecimento foi invadido.

"O ataque pela manhã no hospital Kamal Adwan fez com que o último grande centro de saúde no norte de Gaza parasse de funcionar", denunciou a OMS no X. "Informações preliminares indicam que serviços essenciais foram incendiados e destruídos durante o ataque. Sessenta membros da equipe de saúde e 25 pacientes estão em estado crítico", acrescentou a organização internacional, com sede em Genebra.

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O Exército israelense anunciou o lançamento, na sexta-feira, de uma operação contra combatentes do Hamas perto do hospital, que desempenha um papel essencial no atendimento à população. A Faixa de Gaza está devastada após 14 meses de guerra entre Israel e o Hamas.

Na véspera do ataque ao estabelecimento, o diretor do hospital, Dr. Hossam Abou Safiya, já havia anunciado a morte de cinco membros da equipe em um ataque israelense.

"Reduto de organizações terroristas"

Em seu comunicado na sexta-feira, o Exército israelense qualificou o hospital de "reduto das organizações terroristas (...) usado como esconderijo". Com base em informações dos serviços de inteligência, as forças israelenses realizaram uma operação nas proximidades do hospital, segundo o Exército.

"As tropas estão realizando operações direcionadas" e tentando evitar que civis, pacientes e pessoal médico sejam atingidos, acrescentou. Desde 6 de outubro, Israel intensificou sua ofensiva terrestre e aérea no norte da Faixa de Gaza para impedir, segundo o Exército, a reorganização dos combatentes do Hamas.

Antes de lançar a operação perto do hospital, o Exército israelense declarou que suas tropas haviam "facilitado a retirada segura de civis, pacientes e pessoal médico" da instalação.

No entanto, segundo o Hamas, "o Exército 'da ocupação' invadiu o hospital Kamal Adwan, forçando as equipes médicas, os pacientes, feridos e deslocados a evacuar". O Hamas acusou em um comunicado as forças israelenses de "detenções das pessoas retiradas".

"Deslocamento forçado"

"O Hamas responsabiliza totalmente 'os ocupantes' pela vida dos pacientes, feridos e dos profissionais da saúde, que foram detidos e levados para um local desconhecido", acrescentou o movimento. Segundo o Hamas, a comunicação foi cortada no enclave.

O Exército israelense acusa regularmente o Hamas de usar hospitais como centros de comando para lançar ataques contra suas forças. Na sexta-feira, o movimento palestino "negou categoricamente" em um comunicado "qualquer atividade militar ou presença de combatentes da resistência no hospital" Kamal Adwan.

"As mentiras do inimigo sobre o hospital visam justificar o crime abominável cometido hoje pelo Exército de ocupação, que esvaziou e incendiou todos os serviços do hospital como parte de um plano de extermínio e deslocamento forçado", acrescentou o Hamas, pedindo a criação de uma comissão de investigação da ONU sobre "os crimes" do Exército no norte de Gaza.

Citando o diretor do hospital, o Ministério da Saúde do território palestino controlado pelo Hamas afirmou que o Exército israelense "incendiou todos os serviços de cirurgia do hospital".

Na manhã de sexta-feira, o hospital abrigava cerca de 350 pessoas, incluindo 75 feridos e doentes, além de 180 membros da equipe médica, segundo o diretor da instituição.

Refúgio forçado

Testemunhas na área disseram à AFP que o hospital havia sido evacuado e que centenas de pessoas nas proximidades foram "forçadas a se refugiar na escola Al-Fakhoura e no hospital indonésio" em Jabalia.

Em resposta a um ataque sem precedentes do Hamas em solo israelense em 7 de outubro de 2023, o Exército israelense lançou uma ofensiva devastadora contra o território palestino, que desde então está cercado. De acordo com o Ministério da Saúde do governo do Hamas, pelo menos 45.436 palestinos morreram no período.

O ataque do Hamas, realizado a partir da Faixa de Gaza, resultou na morte de mais de 1.200 israelenses, em sua maioria civis, de acordo com um levantamento da AFP com base em números oficiais.

Com informações da AFP

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