Brinquedos e tumbas de 4 mil anos: as novas descobertas arqueológicas do Egito
O Egito revelou nesta quarta-feira (8) novas descobertas arqueológicas, incluindo tumbas de oficiais de alto escalão, datadas de quatro mil anos, além de obras de arte da época da Rainha Hatshepsut. O material foi encontrado na antiga necrópole da cidade de Luxor.
Os artefatos foram descobertos durante uma escavação que durou três anos na área de Deir al-Bahari, na necrópole de Tebas, na margem oeste do rio Nilo. O anúncio foi feito em comunicado pelo egiptólogo Zahi Hawass, que liderou a missão em cooperação com o Conselho Supremo de Antiguidades do Egito.
As descobertas abrangem desde a 15ª Dinastia (1650-1550 a.C) até a poderosa 18ª Dinastia (1550-1292 a.C), que incluiu faraós como a Rainha Hatshepsut e o faraó Tutancâmon.
A expedição revelou uma parte intacta das fundações do Templo funerário da Rainha Hatshepsut, bem como obras de arte, incluindo baixos-relevos e inscrições em cores vivas bem preservados. Os 1.500 blocos decorados retratam a rainha e o seu sucessor, Tutmés III, realizando rituais sagrados.
"São as cenas mais bonitas que já vi na minha vida", disse Hawass, ao revelar as novas descobertas. "Esta é a primeira vez que temos um conjunto completo de decoração de um templo da 18ª dinastia", disse ele aos jornalistas.
Abaixo das fundações, os arqueólogos descobriram um depósito intacto de ferramentas cerimoniais com a inscrição do nome da Rainha Hatshepsut. Outras descobertas incluem tumbas escavadas na rocha de oficiais de alto escalão do Império Médio do Egito (também conhecido como O Período de Reunificação). Uma tumba do "supervisor do palácio" da rainha Tetisheri da 17ª dinastia, avó do rei Ahmose, que expulsou os hicsos do Egito.
Invasores da Ásia ocidental, os hicsos assumiram o controle do Delta do Nilo por volta de 1638 a.C., tendo governado partes do Egito até serem derrotados e expulsos pelo rei Ahmosis, em 1530 a.C.
Túmulos de crianças
Também foram encontradas tumbas contendo caixões de madeira decorados com um emblema de pena da 17ª Dinastia, bem como túmulos de crianças contendo brinquedos.
Seções da necrópole ptolomaica de Assasif, perto do templo da Rainha Hatshepsut, também fazem parte das descobertas.
O anúncio desta quarta-feira ocorre num momento em que o Egito intensifica os esforços para reativar o turismo, uma fonte importante de recursos para a economia do país, atualmente em dificuldades. No ano passado, o Egito recebeu 15,7 milhões de turistas e espera atrair 18 milhões este ano.