Rajadas de vento podem dificultar combate a incêndios que já deixaram 24 mortos em Los Angeles

Pelo menos 24 pessoas morreram nos incêndios que devastam Los Angeles desde a última terça-feira (7). Diversas pessas estão desaparecidas e a cidade está em alerta com a previsão de novas rajadas de ventos fortes nesta segunda-feira (13). Nesse final de semana, os bombeiros conseguiram controlar parte das chamas.

Cleide Klock, correspondente da RFI em Los Angeles

O final de semana foi intenso para os bombeiros. Eles aproveitaram o bom tempo e conseguiram controlar boa parte do incêndio de Pacific Palisades, que havia se alastrado na sexta-feira (10) à noite. Milhares de pessoas tiveram que sair de suas casa e um trecho da principal vvia expressa da cidade foi fechado.

A casa da vice-presidente dos EUA, Kamala Harris, em Brentwood, teve de ser evacuada. Outros moradores do bairro, entre eles o jogador de basquete LeBron James, o ex-governador da Califórnia e o ator Arnold Schwarzenegger, também tiveram que abandonar sua residências e ainda não puderam retornar.

Com o controle parcial dos incêndios, a qualidade do ar da cidade melhorou, mas as autoridades continuam alertas. Segundo os bombeiros, os focos de incêndio são um "gigante adormecido", que podem voltar a fazer muitos estragos no início desta semana. Há previsão do retorno de ventos fortes, que devem continuar pelo menos até quarta-feira (15), mantendo toda região em alerta vermelho.

Até agora apenas 13% do incêndio de Pacific Palisades foi contido. Na outra outra região mais afetada, a de Pasadena, a contenção chega a 27%. Os bombeiros avvaliam que pode levar semanas até os incêndios serem totalmente controlados e que será necessário colocar barreiras ao redor de todas as áreas afetadas.

Rastro de destruição

Mais de 150 km2 foram queimados nos dois focos principais e doze mil construções ficaram completamente destruídas. Até o momento, mais de 150 mil pessoas ainda estão fora de suas casas. De acordo com o corpo de bombeiros, a operação que permitirá o retorno dos moradores que vivem nas áreas evacuadas deve começar na quinta-feira (16).

Além das equipes da Califórnia, outros nove estados mandaram reforços, o que inclui 1.354 caminhões de bombeiros, 84 aeronaves e mais de 14 mil agentes, incluindo bombeiros recém-chegados do México e ajuda do Canadá, com aviões-tanque e pessoal. Cerca de 930 presidiários, que se voluntariaram para fazer serviços de emergência, também participam da missão, além de 2.500 profissionais da guarda nacional.

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Um toque de recolher foi instaurado entre 18h e 6h e está em vigor nas áreas mais devastadas de Pacific Palisades e Altadena. As autoridades anunciaram no domingo a prisão de vários indivíduos suspeitos de roubo e um deles usava traje de bombeiro.

Desaparecidos

O trabalho inclui a procura por desaparecidos e possíveis vítimas das chamas. Diversas pessoas não tiveram tempo de sair de casa e outras acabaram morrendo porque tentaram apagar o fogo de suas propriedades. De acordo com autoridades, é esperado que o número de mortos aumente à medida que os bairros devastados sejam vasculhados.

As causas dos focos ainda estão sendo investigadas. Raios são a fonte mais comum de incêndios nos EUA, de acordo com a National Fire Protection Association, mas essa hipótese foi descartada, já que não houve relatos de raios na região na última semana. As duas outras causas mais comuns são incêndios criminosos e os provocados por linhas de serviços públicos, principalmente energia elétrica.

Além de todas as perdas, milhares de pessoas estão há quase uma semana sem energia e milhões estão expostas a uma baixíssima qualidade do ar, já que as queimadas espalham partículas minúsculas de metais, plásticos e diversos outros materiais que foram queimados nos incêndios.

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