Macron reafirma apoio ao Líbano e pede 'cessar-fogo' imediato entre Israel e o Hezbollah
O presidente da França, Emmanuel Macron, expressou seu apoio nesta sexta-feira (17) aos novos líderes do Líbano e anunciou que uma conferência internacional será realizada em breve em Paris para ajudar a reconstruir o país, que sai de uma guerra com Israel.
Emmanuel Macron, que nesta sexta-feira (17) em Beirute saudou o advento de "um novo caminho" para o Líbano, pediu que a implementação do acordo de cessar-fogo entre Israel e o Hezbollah seja "acelerada", com uma "retirada total" das forças israelenses.
Em uma coletiva de imprensa conjunta com o novo presidente libanês Joseph Aoun, o líder francês também anunciou a organização em breve em Paris de uma conferência internacional para a reconstrução do Líbano.
"Os resultados foram alcançados (...) mas precisam ser acelerados e confirmados ao longo do tempo. Deve haver uma retirada total das forças israelenses e um monopólio total de armas para o exército libanês", enfatizou.
Esse plano para um monopólio total "é a única maneira de evitar a recorrência de distúrbios conhecidos", disse ele. "O mecanismo de monitoramento", continuou Macron, "deve garantir a aplicação rigorosa dos compromissos assumidos pelas autoridades israelenses e libanesas dentro da estrutura do acordo e dentro dos prazos estabelecidos".
O acordo concluído em 27 de novembro entre Israel e o Hezbollah, após mais de um ano de conflito, teoricamente prevê um período de transição de 60 dias durante o qual as tropas israelenses devem se retirar do Líbano. As forças do Hezbollah, por sua vez, devem se retirar para o norte do rio Litani, a cerca de 20 quilômetros da fronteira.
O exército libanês será gradualmente redistribuído para o sul do Líbano, aumentando sua força para cerca de 6.000 homens. Ao mesmo tempo, os cerca de 10.000 capacetes azuis da Força Interina das Nações Unidas no Líbano (Unifil) serão reposicionados ao longo da "linha azul" e suas fileiras serão reforçadas.
Presidente libanês em Paris
"Assim que o presidente chegar a Paris, dentro de algumas semanas, organizaremos uma conferência internacional para a reconstrução, a fim de mobilizar fundos para esse fim", declarou Emmanuel Macron ao lado de Joseph Aoun.
Essa foi a primeira visita de Macron ao Líbano desde 2020. Os esforços da França, dos Estados Unidos e da Arábia Saudita levaram à eleição de um novo presidente, Joseph Aoun, e de um novo primeiro-ministro, Nawaf Salam.
As autoridades francesas expressaram otimismo sobre a possibilidade de a Arábia Saudita fornecer financiamento e equipamentos para fortalecer as Forças Armadas libanesas.
Aliados históricos, relações complicadas
O Líbano e a França são aliados históricos, mas suas relações se tornaram complicadas nos últimos anos.
O chefe de Estado francês tentou em vão convencer as autoridades libanesas a implementar reformas após a explosão mortal em 4 de agosto de 2020 no porto de Beirute.
(Com AFP)
Deixe seu comentário
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Leia as Regras de Uso do UOL.