Ataque com faca na Alemanha: chanceler questiona por que suspeito afegão estava no país
Duas pessoas, incluindo uma criança, morreram nesta quarta-feira (22) em um ataque com faca em um parque em Aschaffenburg, no sul da Alemanha, informou a polícia local. Um suspeito foi preso. O chanceler alemão Olaf Scholz quer saber "por que" o afegão, suspeito de ter cometido o crime, "ainda estava na Alemanha".
O ataque, cuja motivação ainda está sendo investigada, ocorreu às 11h45 pelo horário local (7h45 no Brasil) "no parque de Schöntal, causando a morte de duas pessoas", um homem de 41 anos e uma criança de 2 anos, informou a polícia em sua conta na rede social X.
O suspeito detido é um afegão de 28 anos, acrescentou a polícia. Duas pessoas ficaram "gravemente feridas" e estão sendo atendidas no hospital.
O parque foi evacuado e a área bloqueada pelas forças de segurança. De acordo com as autoridades, a investigação segue "em ritmo acelerado", e a polícia se recusa a "especular" sobre os motivos do crime. As autoridades lançaram um apelo por testemunhas.
O suspeito foi preso perto do local onde os fatos ocorreram, na região da Baviera. Segundo o jornalSüddeutsche Zeitung, ele "é considerado portador de doença mental e já passou por tratamento em diversas ocasiões". O agressor atacou um grupo de crianças acompanhadas por dois professores, acrescentou o diário alemão.
De acordo com a mídia local, o parque Schöntal estava sob forte vigilância policial após vários incidentes nos últimos meses envolvendo roubos e ferimentos corporais em círculos de drogas, o que explica por que o homem conseguiu ser preso rapidamente.
"Hoje é um dia terrível para toda a Baviera", reagiu o chefe do governo regional, o conservador Markus Söder, no X. "As circunstâncias deste ato inconcebível devem ser totalmente esclarecidas", escreveu ele.
A ministra do Interior, Nancy Faeser, disse esperar que a investigação "ajude a esclarecer o contexto deste terrível ato de violência".
O chanceler alemão Olaf Scholz exigiu esclarecimentos sobre o motivo pelo qual o suspeito afegão "ainda estava na Alemanha". De acordo com as autoridades, o suspeito foi denunciado por atos violentos que resultaram em tratamento psiquiátrico. Em mensagem no X, o chanceler denunciou "uma tolerância mal compreendida" em relação aos agressores "que vêm ao país em busca de proteção". "Estou cansado de ver tais atos de violência acontecendo aqui quase todas as semanas", disse ele.
Atualmente, as hipóteses tendem a apontar para suas óbvias doenças mentais, e uma busca no quarto do suspeito "não revelou nenhum vestígio de radicalismo islâmico".
Cerca de cem medicamentos destinados ao seu tratamento psiquiátrico foram descobertos durante as buscas, afirmou Joachim Herrmann, o ministro do Interior da Baviera, indicando que o suspeito havia deixado o hospital pela última vez em 9 de dezembro.
Ele entrou na Alemanha no final de 2022 e solicitou asilo no início de 2023, acrescentou a autoridade. O procedimento ainda estava em andamento quando, em 4 de dezembro, "o próprio suspeito anunciou sua saída voluntária" da Alemanha "e explicou que queria cuidar das formalidades necessárias com o consulado geral afegão".
Em 11 de dezembro, o Escritório Federal de Migração e Refugiados (BAMF) "informou-o sobre a suspensão do procedimento de solicitação de asilo" e "o convidou a deixar o país", explicou Herrmann.
Outros casos
Alemanha foi abalada por vários ataques mortais nos últimos meses. As questões de segurança estão muito presentes na campanha para as eleições legislativas de 23 de fevereiro.
No final de dezembro, o mercado de Natal em Magdeburg (centro) foi alvo de um homem, um médico saudita de 50 anos, que atropelou a multidão, matando seis pessoas e ferindo cerca de 300.
No final de agosto do mesmo ano, o país também ficou chocado com um ataque em Solingen (oeste), em que o suposto autor, um sírio suspeito de ter ligações com o grupo Estado Islâmico (EI), esfaqueou três pessoas até a morte durante festividades locais.
Em maio, um ataque com uma arma branca no centro em Mannheim (oeste) deixou um morto, um jovem policial que tinha interferido. O suspeito era um cidadão afegão. Segundo a imprensa alemã, o alvo do ataque seria Michael Stürzenberger, uma personalidade conhecida pelo seu ativismo anti-Islã no país.
O governo alemão proibiu a posse de armas brancas em reuniões públicas e em transportes de longa distância.
(Com AFP)
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