Trump exonera funcionários de programas federais ligados à diversidade

Dois dias após a posse do novo presidente dos Estados Unidos, a administração de Donald Trump ordenou o fechamento dos programas de diversidade do governo federal e colocou seus funcionários em licença remunerada a partir da tarde desta quarta-feira (22). A informação foi publicada pela secretária de imprensa da Casa Branca na rede X.

Karoline Leavitt confirmou o conteúdo de um memorando do Escritório de Gestão de Pessoal do governo federal solicitando a notificação, até as 17h de quarta-feira, "de todos os funcionários da DEIA (Diversidade, Equidade, Inclusão, Acessibilidade) de que eles serão colocados em licença administrativa remunerada imediatamente, à medida que a agência toma medidas para encerrar todas as iniciativas, escritórios e programas da DEIA".

Na segunda-feira (20), logo nas primeiras horas de seu segundo mandato como presidente dos Estados Unidos, Trump revogou várias ordens executivas que promoviam a igualdade LGBTQ+ e emitiu novas ordens para encerrar programas federais de diversidade, afirmando que o Estado reconhecerá oficialmente apenas dois gêneros: masculino e feminino.

Na campanha eleitoral, Trump protestou contra as políticas de diversidade, igualdade e inclusão do governo federal e no mundo corporativo, considerando que elas discriminavam os brancos, principalmente os homens.

"O governo Biden forçou programas de discriminação ilegais e imorais, sob o nome de 'diversidade, igualdade e inclusão', em praticamente todos os aspectos do governo federal, em áreas que vão desde a segurança da aviação até as Forças Armadas", afirmou o republicano em uma das ordens executivas assinadas para encerrar esses programas.

O magnata também demonizou o reconhecimento da diversidade de gênero durante a campanha e atacou a população transgênero, especialmente as mulheres trans nos esportes.

Em frente a uma multidão de apoiadores reunidos em Washington na segunda-feira, Trump reverteu dezenas de ordens executivas, ações presidenciais e memorandos assinados por seu antecessor, Joe Biden.

Várias das ordens revogadas promoviam a diversidade e a igualdade no governo, no local de trabalho e no setor de saúde, bem como os direitos LGBTQ+.

Polêmica após discurso de bispa

A revogação dos cargos acontece um dia após a bispa Mariann Edgar Budde, da Diocese Episcopal de Washington, repreender publicamente o presidente em um discurso sobre os decretos que Trump havia assinado contra pessoas LGBTQ+ e migrantes, depois da posse.

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"Eu lhe peço que tenha misericórdia, senhor presidente", disse a bispa, que falou do "medo" que, segundo ela, é sentido em todo o país. "Há crianças gays, lésbicas e transgêneros em famílias democratas, republicanas e independentes", argumentou a religiosa. Ela também defendeu trabalhadores estrangeiros que "podem não ser cidadãos ou não ter a documentação adequada (...) mas cuja maioria não é criminosa", completou.

O presidente, que participou da missa na Catedral Nacional de Washington, na terça-feira (21), liderada pela bispa, reagiu nesta quarta-feira. Trump chamou Mariann Edgar Budde de "desagradável" e exigiu um pedido de desculpas.

"A suposta bispa que falou na terça-feira no National Prayer Service é uma esquerdista radical que odeia Trump. Ela teve um tom desagradável, foi pouco convincente e pouco inteligente", escreveu o presidente em sua conta na rede Truth Social.

Anteriormente, Trump havia dito que a cerimônia não tinha sido muito emocionante. "Além de seus comentários inadequados, o sermão foi muito chato e pouco inspirador. Ela não é muito boa em seu trabalho. Ela e sua igreja devem um pedido de desculpas ao público", postou o presidente.

Entre as dezenas de ordens executivas assinadas na noite de segunda-feira por Trump estão medidas para suspender a chegada de solicitantes de asilo e expulsar migrantes que estão no país ilegalmente.

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