Rússia está pronta para "diálogo respeitoso" com Trump, que mantém silêncio sobre ajuda à Ucrânia

O Kremlin afirmou nesta quinta-feira (23) que a Rússia está pronta para um diálogo "respeitoso" com Trump. O presidente americano ameaçou adotar novas sanções contra o país caso Moscou se recuse a fechar um acordo com a Ucrânia e colocar um fim na guerra, que completa três anos em fevereiro.

A Rússia, a Ucrânia e a comunidade internacional estão à espera da decisão de Donald Trump sobre a manutenção da ajuda militar a Kiev. Há dúvidas também sobre quais concessões Trump exigirá de Moscou e do governo ucraniano. 

O porta-voz da Presidência russa, Dmitry Peskov, disse que não observou "nada de novo" em relação às possíveis medidas contra a Rússia, desde os primeiros comentários de Trump feitos sobre o assunto. Mas lembrou que o bilionário foi o presidente americano que mais recorreu "às sanções".

Apesar disso, afirmou que a Rússia "continuava pronta para o diálogo, de igual para igual e com respeito mútuo", disse Peskov.  "Durante a sua primeira presidência, houve um diálogo entre Putin e ele", reiterou o porta-voz russo, acrescentando que o Kremlin ainda está esperando por "sinais" da Casa Branca.

Donald Trump disse que está se preparando para falar com o presidente russo, mas não marcou uma data e ameaçou adotar novas medidas contra o país.

"Se não chegarmos a um acordo rapidamente, não terei escolha a não ser aumentar impostos, tarifas e sanções contra qualquer 'coisa' que possa ser vendida pela Rússia aos Estados Unidos", insistiu o presidente americano.   

Na segunda-feira (20), dia de sua posse, Donald Trump pediu a Vladimir Putin esforços por um "acordo" de paz. Segundo ele, o presidente russo "está destruindo a Rússia ao não encontrar uma solução" para o conflito.   

Concessões

Durante sua campanha, Donald Trump prometeu acabar com o conflito na Ucrânia "dentro de 24 horas", sem nunca explicar como faria isso. Ele nomeou o ex-general Keith Kellogg para cuidar do assunto, que pediu a Kiev que fizesse várias concessões.

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Os Estados Unidos são o principal apoiador militar da Ucrânia. Donald Trump havia criticado essa ajuda durante sua campanha, mas desde sua posse não esclareceu qual seriam as medidas em relação ao assunto.

O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, publicou uma mensagem no Telegram nesta quinta-feira e impôs como condição para as negociações que obtivessem garantias reais de seus aliados.

"A questão é se a Ucrânia estará sozinha ou se a Ucrânia estará com seus aliados", disse ele, julgando que essa era a base para "negociações justas".    

No início desta semana, o presidente ucraniano mencionou a presença no território de um contingente de tropas ocidentais em caso de trégua. O Exército russo continua avançando no leste da Ucrânia, enfrentando tropas ucranianas exaustas e menos equipadas.     

Os Estados Unidos já impuseram várias rodadas de sanções e embargos às importações da Rússia, que diminuíram de US$ 4,3 bilhões de janeiro a novembro de 2023 para US$ 2,9 bilhões no mesmo período do ano passado, menos de 0,1% das importações que entram no país.  Entre os produtos importados para os Estados Unidos estão fertilizantes e metais.

Com informações da AFP

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