Irã reage às declarações de Trump sobre nuclear e diz que política de "pressão máxima" vai fracassar

O ministro das Relações Exteriores do Irã, Abbas Araghchi, disse nesta quarta-feira (5) que a política de "pressão máxima" sobre Teerã, anunciada na véspera por Donald Trump, seria "outro fracasso", assim como foi durante o primeiro mandato do presidente dos Estados Unidos.

"Acredito que a pressão máxima é uma estratégia fracassada e que tentar novamente levará a outro fracasso", disse Araghchi à imprensa após uma reunião do Conselho de Ministros em Teerã.

O representante do governo iraniano reagia à assinatura na véspera por Donald Trump de um memorando pedindo à sua administração que preparasse sanções contra o Irã, como havia feito durante seu primeiro mandato (2017-2021). Ao apresentar o documento, o presidente dos Estados Unidos declarou que está adotando uma política de "pressão máxima" contra o Irã, especialmente em relação ao seu programa nuclear.

"Se a questão principal [para Washington] é garantir que o Irã não busque armas nucleares, isso é viável e não é tão complicado", acrescentou Araghchi. A declaração, que vista como uma mão estendida de Teerã a Washington, é a mais forte já feita indiretamente pela República Islâmica aos Estados Unidos.

Sinais de abertura da parte de Teerã

Nas últimas semanas, o Irã tem mostrado sinais crescentes de abertura em relação aos países ocidentais, e aos Estados Unidos em particular. Teerã tem demonstrado o desejo de chegar a um acordo sobre seu programa nuclear, principal fonte de tensões nas relações internacionais do país.

Após anos de negociações, o Irã havia chegado a um acordo com a comunidade internacional em 2015, prometendo limitar suas ambições nucleares em troca de uma diminuição das sanções econômicas em vigor. Três anos depois, em 2018, os Estados Unidos, sob a direção de Donald Trump, se retiraram do acordo de forma unilateral. Desde então, o Irã não cumpriu seus engajamentos e todas as tentativas firmar um novo compromisso fracassaram.

Em meados de janeiro, as autoridades iranianas retomaram conversações em Genebra (Suíça) com representantes alemães, britânicos e franceses, que ambos os lados descreveram como "francas e construtivas".

(Com agências)

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