Israel confirma identidade de mais três reféns que serão libertados na Faixa de Gaza

O gabinete do primeiro-ministro israelense confirmou nesta sexta-feira (14) ter recebido os nomes de três reféns israelenses que serão libertados da Faixa de Gaza neste sábado (15), como prevê a trégua com o movimento islâmico palestino Hamas. O acordo entrou em vigor no dia 19 de janeiro.
Os reféns são Sasha Trupanov, um cidadão israelense-russo, Sagui Dekel-Chen, um israelense-americano, e Yair Horn, um israelense-argentino, informou o gabinete do premiê em um comunicado.
As Brigadas Izz ad-Din al-Qassam, o braço armado do movimento islâmico palestino Hamas, já haviam confirmado na sexta-feira que três reféns israelenses seriam libertados de Gaza no sábado, incluindo um mantido pelo seu aliado, a Jihad Islâmica. A informação foi confirmada pelo porta-voz do grupo, Abu Obeida, no Telegram.
Após vários dias de incerteza, o movimento islâmico palestino disse na sexta-feira que estava pronto para respeitar o cronograma previsto no acordo de trégua.
O Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV), que facilitou a troca de reféns e prisioneiros, disse nesta sexta-feira que estava "muito preocupado" com a situação dos reféns mantidos há mais de 16 meses na Faixa de Gaza.
O estado de três reféns libertados em 8 de fevereiro chocou a opinião pública, assim como a encenação de sua libertação, organizada pelo Hamas.
"As últimas operações de libertação reforçam a necessidade urgente da Cruz Vermelha ter acesso aos reféns. Estamos muito preocupados com as condições de vida deles", disse a Cruz Vermelha em uma mensagem em sua conta X.
"Sempre dissemos que as operações de liberação e transferência devem ocorrer com dignidade e segurança. A Cruz Vermelha continuará seus esforços para garantir que todos os reféns sejam libertados, até que o último deles seja devolvido", acrescentou.
Desde que o cessar-fogo entre Israel e o movimento islâmico palestino Hamas entrou em vigor em 19 de janeiro, os dois lados, com a assistência da Cruz Vermelha, realizaram cinco trocas de reféns e prisioneiros palestinos.
Na última troca, em oito de fevereiro, o Hamas forçou três reféns a agradecer os sequestradores na frente de palestinos reunidos para testemunhar sua libertação na Faixa de Gaza.
Hamas ameaça bloqueio de negociações
O Hamas ameaçou bloquear futuras libertações e Israel de desrespeitar o acordo e impedir a entrada de ajuda humanitária no enclave palestino.
Segundo fontes palestinas, os mediadores obtiveram na quinta-feira uma "promessa israelense de implementar as disposições do acordo humanitário", que deve permitir a entrada em Gaza de produtos pré-fabricados, tendas, combustível, equipamentos pesados e medicamentos, entre outros.
Os reféns foram capturados em Israel durante o ataque do Hamas em 7 de outubro de 2023, que desencadeou a guerra. Das 251 pessoas levadas à força para Gaza, 73 permanecem no enclave. Pelo menos 35 morreram, de acordo com o Exército israelense.
Durante a primeira fase da trégua, 33 reféns e 1.900 detidos deveriam ser libertados. Mas a manutenção do cessar-fogo permanece incerta, e as negociações sobre a segunda fase, que deve entrar em vigor no início de março, ainda não começaram.
A segunda fase deve permitir a libertação de todos os reféns e o fim definitivo da guerra, antes da última etapa dedicada à reconstrução de Gaza. O projeto foi orçado pela ONU em mais de US$ 53 bilhões.
O ataque do Hamas resultou na morte de 1.211 pessoas do lado israelense, a maioria delas civis, de acordo com uma contagem da AFP baseada em dados oficiais e incluindo reféns mortos ou mortos em cativeiro em Gaza.
A ofensiva israelense em Gaza matou pelo menos 48.222 pessoas, a maioria civis, segundo dados do Ministério da Saúde do Hamas, considerados confiáveis pela ONU.
Com informações da AFP
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