Líderes europeus se reúnem em Londres neste domingo para tratar da guerra na Ucrânia
Cerca de quinze líderes europeus devem se reunir em uma cúpula em Londres, neste domingo (2), com a participação do presidente ucraniano, Volodymir Zelensky. O objetivo do encontro é "avançar" uma posição em relação à Ucrânia e à segurança do bloco. O presidente ucraniano foi recebido em Downing Street, neste sábado (1º) pelo primeiro-ministro britânico Keir Starmer.
"Você é muito bem-vindo a Downing Street", disse o primeiro-ministro britânico ao receber Volodymyr Zelensky, no fim da tarde de sábado, um dia após a acalorada discussão do presidente ucraniano com o seu homólogo americano, Donald Trump, na Casa Branca.
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No início de encontro em Londres, Keir Starmer enfatizou novamente a "determinação absoluta" do Reino Unido em apoiar Kiev em sua guerra contra a Rússia.
Doningo, Zelensky se encontrará com o Rei Carlos III e outros líderes europeus, informou o seu porta-voz, Serguiï Nykyforov.
Mais cedo, Zelensky escreveu no X que o apoio do presidente americano continua sendo "crucial" para o seu país e que "a ajuda dos Estados Unidos tem sido vital". Ele também garantiu que Kiev estava pronta "para assinar o acordo sobre minerais, que constituirá o primeiro passo em direção às garantias de segurança".
Macron fala com Zelensky e Trump
Na preparação para a cúpula de Londres que será realizada neste domingo, a fim de discutir as condições para uma paz sustentável na Ucrânia, o presidente francês, Emmanuel Macron conversou no sábado com o presidente dos EUA, Donald Trump, com o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky e com o primeiro-ministro britânico, Keir Starmer.
Macron espera que os países da União Europeia avancem rapidamente em direção a um "financiamento maciço e comum", representando "centenas de bilhões de euros" para construir uma defesa comum, disse em entrevista a jornais dominicais franceses.
Na quinta-feira (6), os 27 Estados-membros devem se reunir em Bruxelas para uma cúpula. "Devemos mobilizar financiamento comum com centenas de bilhões de euros" e isso de forma "rápida", declarou Macron em entrevista concedida ao Le Parisien, Tribune Dimanche, JDD e Ouest-France.
A maioria dos líderes europeus apoiou a Ucrânia após a discussão tensa na Casa Branca, quando Donald Trump e o presidente ucraniano demonstraram forte contrariedade.
Trump disse que Zelensky deveria ser grato e reconhecer os esforços americanos até aqui. O republicano ainda exigiu que a Ucrânia aceitasse um acordo "ou nós os abandonaremos", ameaçou.
Moscou, por sua vez, comemorou um momento "histórico", falou em fracasso da diplomacia ucraniana e deu a entender que Zelensky não quer a paz.
Ainda na noite de sexta-feira, Keir Starmer garantiu o "apoio inabalável" do Reino Unido ao dirigente ucraniano, após Zelensky ter sido expulso da Casa Branca.
A chefe de política externa da União Europeia, Kaja Kallas, acredita que "o mundo livre precisa de um novo líder".
Para Berlim, os ataques verbais entre Trump e Zelensky marcam 'uma nova era de infâmia".
A chefe da diplomacia alemã, Annalena Baerbock, considerou urgente que a Alemanha e a União Europeia relaxem suas regras orçamentárias para liberar recursos adicionais para fortalecer sua defesa e ajudar a Ucrânia. Em um discurso na televisão neste sábado, ela pediu "mais flexibilidade no Pacto de Estabilidade e Crescimento da UE" e uma "reforma fundamental do freio da dívida", consagrado na constituição, para "garantir que a Ucrânia possa resistir à agressão russa".
Dissuasão nuclear europeia
Diante da aproximação entre os Estados Unidos e a Rússia, o presidente francês, Emmanuel Macron, relançou o debate sobre a ideia da dissuasão nuclear europeia, um assunto sensível e que divide a classe política no país.
Macron, que lidera uma das duas potências nucleares da Europa, juntamente com o Reino Unido, disse estar pronto para "abrir a discussão" sobre uma dissuasão nuclear europeia, após o confronto verbal entre Volodymyr Zelensky e Donald Trump em Washington, que levantou temores de um afastamento dos Estados Unidos da Ucrânia e uma ruptura histórica de sua aliança com os europeus.
Macron respondia ao futuro chanceler alemão Friedrich Merz, que considerou necessário que a Europa se preparasse para "o pior cenário" de uma Otan sem a garantia de segurança americana.
Também neste sábado, o secretário-geral da Otan, Mark Rutte, aconselhou o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, a restabelecer as relações com Donald Trump. Rutte classificou o encontro entre os dois presidentes de "infeliz". "Acho que o presidente Zelensky deve encontrar um jeito de restaurar as relações com Donald Trump e a administração americana. É importante seguir em frente", disse o holandês, em uma entrevista à BBC.
(Com AFP)