Rússia é alvo de ataque de drones ucranianos, enquanto Trump espera que Putin aceite cessar-fogo

O Ministério da Defesa russo disse na quinta-feira (13) que abateu dezenas de drones ucranianos sobre várias regiões russas durante a noite, pouco depois de Donald Trump afirmar que esperava que Vladimir Putin aceitasse, como Kiev, sua proposta de cessar-fogo de 30 dias. O presidente dos EUA também anunciou na quarta-feira (12) que negociadores americanos viajariam para a Rússia "imediatamente", sem dar mais detalhes sobre sua programação.

As forças de defesa aérea "interceptaram e destruíram 77 drones aéreos ucranianos", incluindo 30 sobre a região de Bryansk, que faz fronteira com a Ucrânia, e 25 sobre Kaluga, disse o Ministério em um comunicado.

Por sua vez, o chefe da administração militar de Kherson, Roman Mrochko, informou que uma pessoa morreu em um bombardeio russo na cidade, localizada no sul da Ucrânia.

Vladimir Putin ordenou na quarta-feira (12) que seu Exército "liberasse completamente" a região da fronteira de Kursk das forças ucranianas. O Kremlin não divulgou sua posição sobre a trégua proposta por Trump, afirmando que está aguardando "informações completas" dos Estados Unidos.

O presidente russo visitou a região de Kursk, na fronteira com a Ucrânia, na quarta-feira, onde compareceu a uma reunião do Estado-maior em uniforme militar. Esta é a primeira visita de Putin à região desde que as forças ucranianas invadiram e tomaram o controle de algumas áreas.

"Espero que todas as missões de combate que nossas unidades estão enfrentando sejam concluídas e que o território da região de Kursk seja em breve completamente liberado do inimigo", disse Putin ao chefe do Estado-Maior do Exército russo, Valery Gerasimov.

Rendição ucraniana

"Os militares ucranianos, vendo que era inútil continuar resistindo, começaram a se render e 430 combatentes foram feitos prisioneiros" na região de Kursk, assegurou Gerasimov ao presidente russo, sugerindo que eles fossem "tratados como terroristas".

O presidente ucraniano Volodymyr Zelensky também observou que as tropas russas estavam "claramente tentando pressionar ao máximo" o contingente ucraniano que entrou na região em meados de 2024.

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"Minha prioridade foi e continua sendo salvar as vidas dos soldados ucranianos. Para esse objetivo, unidades das forças de defesa, se necessário, manobram para posições mais favoráveis", acrescentou o comandante do Exército ucraniano, Oleksandr Syrsky, na noite de quarta-feira.

O militar deu a entender que seus homens estavam se retirando das áreas onde os militares russos reivindicaram ganhos territoriais rápidos nos últimos dias.

Fim de tensão entre EUA e Ucrânia?

"Uma conversa telefônica do mais alto nível" entre Trump e Putin "é possível" em um "tempo relativamente curto", disse o porta-voz da presidência russa Dmitry Peskov na quarta-feira. No início deste mês, no entanto, o Ministério das Relações Exteriores disse que um cessar-fogo temporário seria "inaceitável".

Donald Trump anunciou na terça-feira (11) que "falaria" em breve com o chefe de Estado russo.

A Casa Branca informou que o enviado Steve Witkoff viajaria para Moscou esta semana, enquanto o conselheiro de Segurança Nacional dos EUA, Mike Waltz, se encontrou com seu colega russo na quarta-feira.

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A proposta de trégua veio após negociações na terça-feira na Arábia Saudita entre autoridades ucranianas e americanas, após mais de três anos de guerra. A reunião encerrou a tensão entre Kiev e Washington, após a altercação entre Donald Trump e Volodymyr Zelensky em Washington.

O secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, para quem "a bola está agora no campo dos russos", como enfatizou na terça-feira, disse que aguardava "impacientemente" a resposta deles para "saber se estão prontos" para aceitar o cessar-fogo "sem pré-condições".

"Se a resposta for 'sim', então sabemos que fizemos um progresso real e há uma chance real de paz. Se a resposta for 'não', isso será muito lamentável e deixará suas intenções claras", disse ele na quarta-feira.

Mais cedo, Zelensky também pressionou a Rússia a decidir sobre a proposta americana, mas garantiu que, em qualquer caso, ele não "confiava" em Putin. Ele pediu aos Estados Unidos que tomem medidas "fortes" em relação a sanções e apoio à Ucrânia no caso de rejeição russa.

Consenso entre europeus

Marco Rubio também disse que os países europeus, excluídos das discussões com Kiev e Moscou por enquanto, "teriam que se envolver" na Ucrânia. Os líderes europeus pediram novamente o estabelecimento de garantias de segurança para impedir a Rússia de lançar um novo ataque. Esta questão deve estar presente na reunião de ministros das Relações Exteriores do G7, no Canadá, que começou na quarta-feira.

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Um "consenso muito amplo está surgindo" entre os europeus para apoiar o exército ucraniano após o conflito, garantiu o ministro francês das Forças Armadas, Sébastien Lecornu, na quarta-feira.

A China, importante parceira da Rússia, por sua vez, disse que "tomou nota" da proposta de trégua no mesmo dia.

(Com AFP)

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