Secretário do Tesouro dos EUA diz estar cada vez mais perto de acordo sobre minérios com a Ucrânia

O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, disse nesta terça-feira (16) que as discussões com os Estados Unidos têm sido positivas. Um funcionário que participa do processo e optou pelo anonimato afirmou que "as negociações entre Estados Unidos e Ucrânia para um acordo bilateral sobre a exploração de recursos minerais ucranianos estão em estágio avançado".

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, exige que o acordo seja firmado como uma forma de compensação pela ajuda que o antecessor Joe Biden forneceu à Ucrânia quando o país foi invadido pela Rússia, há três anos. Trump estima que este valor chegue a US$ 300 bilhões (algo em torno de R$ 1,76 tri).

Há duas semanas, a Ucrânia recebeu dos Estados Unidos uma versão deste documento, que foi descrito por meios de comunicação e parlamentares ucranianos como extremamente desvantajoso para Kiev.

Avanços na negociação

De lá pra cá, houve modificações no documento e os dois países avançaram na negociação. Uma delegação ucraniana viajou para Washington na sexta-feira (11) para outra rodada de discussões.

Na última segunda-feira, o secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Scott Bessent, garantiu que Washington e Kiev estavam "muito perto de um acordo" sobre minerais.

"O documento pode até ser assinado esta semana", declarou Scott Bessent

A afirmação de Bessent foi ratificada. "Assim que as discussões sobre o texto forem concluídas, o documento será assinado", afirmou o mesmo funcionário à AFP em Kiev, dizendo que o acordo não reconhece a ajuda americana fornecida até agora como uma dívida da Ucrânia com os Estados Unidos.

Crimes de guerra

Um duplo ataque russo matou uma pessoa e feriu outras três nesta quarta-feira em Kherson, no sul da Ucrânia. A informação foi confirmada pelo governador de Kherson, Oleksandre Prokudin, que também disse que o alvo foi uma área residencial.

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"O primeiro bombardeio aconteceu no início da manhã", contou o chefe da administração militar da cidade, Roman Mrochko. "Quando as equipes de resgate chegaram ao local para ajudar as vítimas, as forças russas voltaram a bombardear o local", completou.

Autoridades ucranianas acusam Moscou de usar a tática de duplo ataque. Após fazer o primeiro bombardeio, as forças russas aguardaram alguns minutos para lançar o segundo projétil, com o objetivo de ferir ou matar quem foi socorrer as primeiras vítimas.

Esta tática constituiria crime de guerra, já que tem como alvo civis e trabalhadores humanitários.

No domingo (13), a Rússia já havia realizado um ataque duplo com mísseis em direção à cidade de Sumy, no nordeste da Ucrânia. Segundo autoridades ucranianas, o bombardeio matou 35 pessoas e deixou mais de 100 feridos.

Drones russos atacam no Mar Negro

Nesta madrugada, a cidade portuária de Odessa, localizada às margens do Mar Negro, na Ucrânia, foi alvo de ataques por drones russos. De acordo com os serviços de emergência ucranianos, três pessoas ficaram feridas e focos de incêndios tomaram conta da cidade.

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O governador Oleh Kiper disse que, ainda assim, conseguiu abater 57 dos quase 100 drones.

No final de março, os Estados Unidos anunciaram que tinham concluído acordos com a Ucrânia e com a Rússia separadamente para suspender ataques sobre o Mar Negro.

Nesta quarta-feira, a Bloomberg News informou que os Estados Unidos reduziram a ajuda prestada à Ucrânia desde a invasão russa em 2022 em cerca de US$ 100 bilhões (quase R$ 587 bi).

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