EUA afirmam ter destruído porto de petróleo no Iêmen; ataques deixaram dezenas de mortos

As forças americanas atacaram e destruíram o porto estratégico de escoamento de petróleo de Ras Isa, no norte de Hodeidah, no Iêmen, nesta quinta-feira (17). Segundo os Estados Unidos, o local é uma importante fonte de financiamento de parte das ações dos rebeldes houthis, apoiados pelo Irã, que controlam uma grande área do país, incluindo a capital, Sanaa.

 

O ataque teria deixado pelo menos 58 mortos, a maioria trabalhadores do porto, e mais de 100 feridos, de acordo com um balanço divulgado nesta sexta-feira (18) pelo canal de TV Al-Masirah, que pertence aos houthis. Os rebeldes se tornaram alvo dos EUA após ataques a navios que passavam pelo Mar Vermelho, em novembro de 2023, o que levou à interrupção do tráfego marítimo internacional.

Imagens transmitidas na sexta-feira pelo canal e anunciadas como as "primeiras imagens da agressão dos EUA" mostram a explosão no porto e nuvens de fumaça.

"Equipes de resgate da defesa civil, acompanhadas de ambulâncias, estão fazendo todos os esforços para procurar e retirar as vítimas e acabar com o fogo", disse Anees Alasbahi, porta-voz do Ministério da Saúde dos houthis.

Manifestações em protesto aos ataques dos EUA e em apoio aos palestinos na Faixa de Gaza estão sendo planejadas pelos rebeldes para esta sexta-feira no Iêmen. O grupo xiita controla grande áreas do país, situado na Península Arábica, e que está em guerra civil desde 2014. O conflito já matou centenas de milhares de pessoas.

O movimento islâmico palestino Hamas denunciou nesta sexta-feira "uma agressão flagrante" após ataques dos EUA ao porto Ras Isa. "Esta agressão flagrante constitui uma clara violação da soberania do Iêmen, um crime de guerra comprovado e confirma a continuação de políticas americanas agressivas visando povos livres que rejeitam a hegemonia sionista e americana na região", disse o movimento radical palestino em um comunicado.

Renda ilegal

De acordo com o Comando Militar dos EUA no Oriente Médio (Centcom), "o objetivo era atacar as fontes econômicas do poder houthi".

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"Os Estados Unidos tomaram essas medidas para privar os terroristas houthis apoiados pelo Irã, dessa renda ilegal que financiou suas ações para aterrorizar toda a região por mais de uma década", acrescentou o Centcom.

Washington, que designou os houthis como uma organização terrorista estrangeira no início de março, acusa o grupo de controlar as receitas do porto localizado ao norte de Hodeidah.

"Esses hidrocarbonetos devem ser legitimamente fornecidos ao povo do Iêmen", disse o Centcom. Na quinta-feira, Washington impôs sanções a um banco iemenita e a seus principais executivos, que representam um apoio "essencial" aos houthis, segundo os EUA.

Os militares dos EUA intensificaram seus ataques ao Iêmen em meados de março, a pedido do presidente dos EUA, Donald Trump. Na quarta-feira, os rebeldes acusaram os Estados Unidos de realizar vários bombardeios aéreos na capital, Sanaa, onde uma pessoa foi morta, segundo o grupo.

Os ataques no Mar Vermelho e no Golfo de Aden, áreas marítimas consideradas estratégicas para o comércio global, levaram os Estados Unidos a criar uma coalizão naval multinacional e atacar alvos rebeldes no Iêmen, às vezes com a ajuda do Reino Unido.

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França dispara drone

Na noite de quinta-feira, o ministro da Defesa francês, Sébastien Lecornu, anunciou a "destruição, por uma fragata francesa, de um drone disparado do Iêmen". "Nossas forças armadas mantêm seu compromisso de garantir a livre circulação marítima", acrescentou na rede social X.

Os houthis, que dizem estar agindo em solidariedade aos palestinos na Faixa de Gaza, onde o movimento islâmico Hamas está em guerra com Israel desde 7 de outubro de 2023, também atacam regularmente o país com mísseis.

Na manhã de sexta-feira, o Exército israelense anunciou mais uma vez que havia interceptado outro míssil no Iêmen.

Com informações da AFP

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