Francês é preso suspeito de "encomendar" estupros de crianças colombianas na Internet
Na França, um homem de 55 anos foi indiciado e preso preventivamente, no início desta semana, em sua casa perto de Lille, a cerca de 200 km ao norte de Paris, suspeito de pagar mais de € 30 mil (cerca de R$ 190 mil) para assistir ao estupro de crianças da Colômbia ao vivo pela Internet, segundo informações anunciadas neste sábado (21) pela promotoria francesa que atua na jurisdição nacional sobre o crime de pedofilia on-line.
O suspeito, que seria dono de uma garagem na cidade onde vive, foi acusado na sexta-feira (20) de cumplicidade no tráfico de seres humanos, estupro e agressão sexual de menores, e instigação para que outros sejam cometidos, bem como a aquisição, posse e consulta habitual de imagens pornográficas de menores, entre outros crimes.
Ao longo de quatro anos, esse homem de 55 anos teria encomendado de 500 a 600 estupros a uma família sediada na Colômbia por um valor total de € 30 mil. As vítimas eram todas membros do mesmo grupo de irmãos, de acordo com o portal FranceInfo, que divulgou a história.
Após uma operação coordenada do Ministério Público de Paris, juntamente com o Ofmin (Escritório para Menores), em parceria com o governo da Colômbia, as autoridades chegaram, pela primeira vez, à prisão simultânea do patrocinador francês, dos criminosos locais e dos intermediários conhecidos como "money runners", disse a promotora pública de Paris, Laure Beccuau, em um comunicado à imprensa.
"Livestreaming", vídeos difíceis de rastrear
Meninas e meninos de todas as idades foram abusados ao vivo pela câmera. Uma prática sórdida conhecida como "livestreaming", que tem crescido constantemente nos últimos dez anos na América do Sul, sudeste asiático e países da África, e ainda mais desde a pandemia do Covid-19, que exacerbou a violência doméstica e impediu alguns pedófilos de viajar para o exterior.
Laure Beccuau acrescentou que a operação também permitiu que os menores que foram vítimas fossem "identificados" e "abrigados", enfatizando que a presença de um magistrado francês na Colômbia desde o início do ano facilitou a cooperação entre os dois países.
Mas as autoridades judiciais e policiais ainda estão lutando para combater esse tipo de crime. Porque esses vídeos ao vivo são efêmeros, não permanecem gravados ou compartilhados em sistemas de mensagens e os aplicativos não são muito cooperativos. Isso complica a busca de provas e a identificação das vítimas.
As vítimas e um patrocinador foram identificados nesse caso. Os criminosos pedófilos que usam livestreaming são considerados cúmplices no estupro de menores. Na França, eles podem pegar até 20 anos de prisão. A investigação começou com relatórios do Centro Nacional de Crianças Desaparecidas e Exploradas (NCMEC). Os investigadores do Ofmin devem agora "estabelecer a extensão do fenômeno". As investigações foram confiadas a juízes de instrução.
(Com AFP e agências)
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