Mísseis iranianos são lançados sobre Israel em retaliação após bombardeios dos EUA no Irã
Mísseis iranianos foram lançados sobre Israel no domingo (22), causando grandes danos às cidades de Tel Aviv e Haifa após uma série de ataques durante a noite pela força aérea dos EUA, que bombardeou várias instalações nucleares iranianas. Na noite de sábado (21), o presidente dos EUA, Donald Trump, anunciou que as forças armadas americanas haviam atacado as três principais instalações nucleares do Irã, ameaçando Teerã com uma retaliação ainda mais severa caso o país não se comprometesse com a paz.
A decisão, tomada após vários dias de evasivas e antes do prazo de duas semanas que Trump havia estabelecido, marca uma grande escalada no conflito entre Israel e o Irã. Ela pode dar início a uma nova era de instabilidade no Oriente Médio. "Os ataques foram um sucesso militar espetacular", disse Trump em um discurso de três minutos na televisão. "As principais instalações de enriquecimento nuclear do Irã foram completa e totalmente destruídas", declarou.
O presidente advertiu que o futuro do Irã se resumia a "paz ou tragédia", acrescentando que outros alvos continuavam na mira dos militares dos EUA. "Se a paz não chegar logo, atacaremos esses outros alvos com precisão, velocidade e habilidade", ameaçou.
De acordo com a CBS News, Washington informou Teerã por meio de canais diplomáticos que os ataques eram toda a operação planejada e que os EUA não tinham como objetivo a mudança de regime.
Ataques americanos no Irã
Donald Trump especificou que os ataques tinham como alvo as instalações de Natanz, Isfahan e Fordow. Na Fox News, ele disse que seis bombas destruidoras de bunkers foram lançadas em Fordow, enquanto 30 mísseis Tomahawk foram disparados contra as outras instalações. Bombardeiros B-2 stealth participaram da operação, segundo confirmou uma autoridade dos EUA à Reuters, sob condição de anonimato.
No Truth Social, Trump disse: "Uma carga completa de bombas foi lançada no local principal, Fordow. Fordow não existe mais".
Uma autoridade iraniana citada pela agência Tasnim confirmou que Fordow havia sido parcialmente atingida por "ataques inimigos". No entanto, Mohammad Manan Raisi, deputado de Qom, disse à agência de notícias semi-oficial Fars que o local não havia sofrido nenhum dano grave.
A mídia iraniana informou que a Organização de Energia Atômica do Irã não havia detectado nenhuma contaminação radioativa ou perigo para as populações vizinhas. Hassan Abedini, uma autoridade sênior da televisão estatal, disse que as instalações haviam sido evacuadas há algum tempo e que os estoques de urânio enriquecido haviam sido transferidos.
Diplomacia fracassada
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, saudou a "decisão corajosa" de Trump. "A história registrará que o presidente Trump agiu para privar o regime mais perigoso do mundo das armas mais perigosas", disse ele.
O secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, descreveu os ataques dos EUA como "uma escalada perigosa em uma região que já está à beira do colapso - e uma ameaça direta à paz e à segurança internacional".
Omã, que desempenha o papel de mediador entre os Estados Unidos e o Irã nas negociações nucleares, condenou os ataques dos EUA contra as instalações nucleares do Irã no domingo, pedindo uma redução da escalada.
O Sultanato condena "essa agressão ilegal" e pede "uma redução imediata da escalada", disse um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores de Omã, citado pela agência oficial de notícias, acrescentando que "a ação tomada pelos Estados Unidos ameaça ampliar o escopo da guerra e constitui uma grave violação do direito internacional".
O chefe da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) anunciou uma "reunião de emergência" na segunda-feira na sede do órgão da ONU em Viena, Áustria, após os ataques dos EUA contra três instalações nucleares iranianas.
"Em vista da situação urgente no Irã, estou convocando uma reunião de emergência do Conselho de Governadores para amanhã", escreveu Rafael Grossi no X no domingo.
(Com agências)
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