Síria enfrenta quarto dia de incêndios e ONU pede ajuda internacional para o país

A Síria relatou neste domingo (6) que cerca de 10 mil hectares foram consumidos pelo fogo, no quarto dia de incêndios florestais considerados "catastróficos" pelas autoridades na província costeira de Latakia. A ONU pede mais ajuda internacional para conter as chamas.

Equipes de bombeiros vindas da Jordânia se juntaram neste domingo aos socorristas sírios, que enfrentam condições extremamente difíceis: temperaturas elevadas, ventos fortes, terreno montanhoso e a presença de restos explosivos, em um país marcado por anos de conflito.

Um correspondente da AFP na região de Rabiaa, em Latakia, presenciou as equipes de resgate lutando contra um incêndio próximo a residências, enquanto vastas áreas de florestas e olivais eram devastadas pelas chamas, com uma densa fumaça se espalhando por longas distâncias.

"Centenas de milhares de árvores nativas, espalhadas por cerca de 10 mil hectares em 28 zonas diferentes, foram consumidas pelo fogo", declarou no X o ministro sírio de Emergências, Raed al-Saleh, acrescentando que cerca de 80 equipes estavam mobilizadas.

Mais tarde, em coletiva de imprensa na província, ele descreveu a situação como "um verdadeiro desastre ambiental", destacando que levará vários dias para conter os incêndios "catastróficos".

No sábado (5), a Turquia enviou dois aviões e oito caminhões de bombeiros para ajudar no combate aos incêndios florestais na Síria.

O Ministério da Defesa da Síria informou que a força aérea também está envolvida na operação, e publicou imagens de um helicóptero captando e despejando água sobre as áreas atingidas.

"Mais ajuda internacional"

Extensas áreas de floresta e terras agrícolas foram devastadas, especialmente perto da fronteira com a Turquia, e várias aldeias tiveram que ser evacuadas.

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Em mensagem publicada no X, a enviada especial adjunta da ONU para a Síria, Najat Rochdi, enfatizou que Damasco "precisa de mais ajuda internacional".

O coordenador residente e humanitário da ONU para a Síria, Adam Abdelmoula, afirmou que "equipes das Nações Unidas estão no terreno para medir a dimensão do desastre e identificar as necessidades humanitárias mais urgentes."

As equipes jordanianas de defesa civil cruzaram a fronteira na manhã de domingo rumo a Latakia, segundo o Ministério sírio de Emergências e Gestão de Desastres, que acrescentou que aviões jordanianos também eram aguardados.

Essas equipes estão equipadas com "todo o material moderno e os equipamentos necessários para cumprir sua missão da melhor forma possível", informou a Direção de Segurança Pública da Jordânia.

Quase sete meses após a saída do presidente Bashar al-Assad, a Síria ainda está profundamente marcada por mais de uma década de guerra, que devastou sua economia e infraestrutura.

Com as mudanças climáticas aumentando a frequência e a intensidade de secas e incêndios ao redor do mundo, a Síria também tem sido afetada por ondas de calor, escassez de chuvas e incêndios florestais de grande escala.

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Em junho, a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO) declarou à AFP que a Síria "não enfrentava condições climáticas tão adversas há 60 anos."

(Com AFP)

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