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Ideli nega favorecimento a empresa que doou para sua campanha em 2010

Segundo reportagem do "Estado de S.Paulo", o Ministério da Pesca contratou uma empresa e depois pediu verba para a campanha de Ideli Salvatti (foto) - Sérgio Lima - 4.ago.11/Folhapress
Segundo reportagem do "Estado de S.Paulo", o Ministério da Pesca contratou uma empresa e depois pediu verba para a campanha de Ideli Salvatti (foto) Imagem: Sérgio Lima - 4.ago.11/Folhapress

Yvna Sousa e Cristiane Agostine

30/03/2012 12h43Atualizada em 30/03/2012 14h46

A ministra das Relações Institucionais, Ideli Salvatti, negou nesta sexta-feira, por meio de nota, que sua campanha para o governo de Santa Catarina, em 2010 pelo PT, tenha recebido recursos de uma empresa que assinou contratos com o Ministério da Pesca e Aquicultura para a compra de lanchas-patrulha.

"Não há qualquer ligação entre a ministra Ideli Salvatti e a empresa Intech Boating", diz o texto divulgado pela pasta. "A doação no valor de R$ 150 mil registrada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) feita pela empresa Intech Boating foi destinada ao Comitê Financeiro do Partido dos Trabalhadores (PT) em Santa Catarina e não à candidata Ideli Salvatti", completou.

A acusação foi publicada nesta sexta-feira pelo jornal "Estado de S. Paulo". Segundo a reportagem, o comitê catarinense bancou 81% da campanha de Ideli. Derrotada na eleição ao governo de catarinense, ela assumiu a pasta da Pesca, onde permaneceu por cinco meses. Ainda segundo o jornal, antes de Ideli ser deslocada para a articulação política do governo, o Ministério da Pesca e Aquicultura pagou à empresa os R$ 5,2 milhões restantes do contrato.

A nota justifica ainda que o contrato firmado entre o Ministério da Pesca e a Intech Boating "foi assinado em 2009, ano em que Ideli Salvatti era senadora da República e não ministra da pasta"

Presidente do PT defende Ideli

O presidente nacional do PT, deputado estadual Rui Falcão, saiu em defesa da ministra de Relações Institucionais, Ideli Salvatti, nesta sexta-feira. 

Para Falcão, Ideli "não tem a ver" com o caso. "[Ela] não era ministra. Teve sua campanha em grande parte bancada pelo diretório, o que é natural, mas ela não tem informações nem culpa pela doação", declarou nesta sexta-feira. "É preciso entender o que se passou. Mas certamente a ministra não tem a ver nem com a doação nem com o destino da doação. Não foi ela que pediu", afirmou o dirigente, depois de participar de um seminário sobre Governança Metropolitana, em São Paulo.

A ministra também esteve no seminário, mas saiu pela porta dos fundos do hotel em que o evento está sendo realizado, sem falar com a imprensa.