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PT tenta isolar Raul Filho e lembra passado do prefeito na oposição

Caio Junqueira e Yvna Sousa

10/07/2012 14h20

O relator da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Cachoeira, deputado Odair Cunha (MG), colocou em prática nesta terça-feira a estratégia do PT de mostrar que o prefeito de Palmas, Raul Filho, não é um quadro histórico do partido, mas oriundo de legendas da oposição. O objetivo é isolá-lo e excluir a possibilidade de ligação do PT ao esquema de Cachoeira.

Logo após o depoimento do prefeito, suspeito de receber doação de campanha Carlinhos Cachoeira e beneficiar o contraventor por meio de contratos da prefeitura com a Delta, Cunha pediu a Raul Filho que descrevesse sua trajetória política.

Raul contou que iniciou sua carreira aos 22 anos como prefeito de Araguaçu (TO), pelo extinto PDS. De 1988 a 1994, ele atuou pelo PFL (atual DEM) e migrou para o PSDB em 1995. Em 2000, ele se candidatou à Prefeitura de Palmas pelo PPS em uma chapa cujo vice era do PT. Após perder a eleição, em 2003, ele foi convidado a se filiar ao PT, onde permanece.

Outra passagem do depoimento do prefeito beneficiou a estratégia petista: a revelação de Raul Filho de que se encontrou com Carlinhos Cachoeira pela primeira vez ainda em 1994, nove anos antes de se filiar ao PT, quando foi candidato a deputado estadual pelo PFL. O prefeito afirmou que foi apresentado ao contraventor por um candidato a deputado federal em que ele atuava em parceria, em busca de doação.

Em seu depoimento à CPI nesta terça, Raul Filho negou ter recebido doação de campanha de Carlinhos Cachoeira em 2004, já pelo PT, embora apareça negociando com o contraventor em vídeo apreendido pela Polícia Federal na casa do ex-cunhado de Cachoeira.