|  |   Internacional |  | 04/07/2007 - 18h32 Brasil conclui "aliança estratégica" com a União Européia LISBOA, 4 jul 2007 (AFP) - Brasil e União Européia (UE) selaram nesta quarta-feira, em Lisboa, uma aliança estratégica que consolida a crescente influência do gigante sul-americano no mundo e garante aos europeus um sócio de peso na América Latina, onde querem conquistar espaço.
"Com esta cúpula concretizamos uma das grandes prioridades de nossa presidência da UE. Institucionalizamos uma aliança estratégica com o Brasil", afirmou o presidente do Conselho europeu e o primeiro-ministro português, José Socrates, em entrevista à imprensa após a primeira cúpula entre Brasil e os 27 em Lisboa.
A Cúpula contou com a participação do presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, do presidente da Comissão Européia, José Manuel Durão Barroso, e de outros altos funcionários europeus e brasileiros.
Brasil e UE esperam que a aliança estratégica intensifique o diálogo político entre as partes em temas chaves como energia, mudança climática e reforma do Conselho de Segurança da ONU, além de retomar a Rodada de Doha da OMC e as negociações para um acordo comercial entre a UE e o Mercosul (Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai).
"O Brasil é hoje uma referência de estabilidade e sucesso das economias emergentes", afirmou José Socrates.
O gigante sul-americano era o único dos países emergentes do denominado "BRIC" (Brasil, Rússia, China e Índia, que podem dominar a economia mundial no ano 2050) que não possuía o status de sócio-chave da UE.
A Cúpula serviu ainda para "relançar e dar continuidade" às negociações sobre a Rodada de Doha da OMC, bloqueadas novamente depois do fracasso da reunião do G4 (Brasil, Índia, UE e EUA) em Potsdam (Alemanha), em junho, já que ambas as partes querem chegar a um acordo, garantiu Socrates.
A UE e o Brasil têm "vontade de voltar a dialogar" e o Brasil está disposto a dar prova de mais "flexibilidade" se os países industrializados reduzirem as barreiras e os subsídios à agricultura, afirmou o presidente brasileiro.
"Precisamos de forma muito madura voltar a nos sentar à mesa (...) Todos têm cartas na manga e certamente o Brasil tem a sua. Nas negociações não vale ficar nervoso, não vale ficar irritado, vale se sentar à mesa, solucionar as diferenças e negociar", destacou.
A aliança estratégica também vai aumentar a possibilidade de chegar a um acordo comercial UE-Mercosul e ampliar as relações da UE com o conjunto da América Latina", destacou por sua vez Durão Barroso.
Lula assegurou que o Brasil quer ser um "facilitador" nestas negociações e que vai se ater à tarefa de "construir a idéia entre todos de que um acordo com a UE pode ser extremamente bom".
O Brasil, líder na produção e nas pesquisas de biocombustíveis, sobretudo com biodiesel e etanol feito com cana-de-açúcar, quer garantir um mercado europeu para seus combustíveis "mais limpos, mais eficientes e mais baratos", afirmou Lula, que quinta-feira participará de uma conferência internacional sobre biocombustibles em Bruxelas.
Paralelamente à Cúpula, a Petrobras assinou um acordo com a portuguesa Galp, pelo qual esta última receberá 300.000 toneladas de biodiesel por ano. Além disso, 300.000 outras toneladas serão distribuídas para o resto da UE.
O presidente de Portugal, Aníbal Cavaco Silva, recebe esta noite Lula em um jantar de honra com a participação de vários líderes europeus, entre eles o presidente francês, Nicolas Sarkozy, o chefe de Governo espanhol, José Luis Rodríguez Zapatero, o primeiro-ministro italiano, Romano Prodi, e o primeiro-ministro da Eslovênia, Janez Jansa, cujo país assumirá a presidência da UE em 1º de janeiro de 2008. UOL Busca - Veja o que já foi publicado com a(s) palavra(s)  |  | |