|  |  26/04/2004 - 19h27 Barbie atravessa crise de identidade em mercado cheio de bonecas Por Rocío Ayuso Los Angeles (EUA), 26 abr (EFE).- Com seus 45 anos e recém-separada de seu namorado Ken, a popular Barbie atravessa uma dura crise de identidade em um mercado cheio de bonecas que ameaça seu longo reinado.
Na rixa feminina, Barbie se defende com unhas e dentes de sua principal rival, as bonecas de plástico, modernistas e multiculturais, além de muito mais jovens, chamadas Bratz.
Embora a cor rosa da Barbie continue dominando o mercado americano, onde chegou a controlar 90 por cento das vendas das chamadas "bonecas de moda", o tempo não passa em vão.
Em 12, dos últimos 13 trimestres, os resultados foram negativos para a Mattel, fábrica da boneca. A queda de suas vendas no último ano foi de 15 por cento no mercado nacional e 6 por cento no internacional.
De pouco serviu sua tentativa de ganhar publicidade, como uma estrela de Hollywood, anunciando o final de seu namoro com o eterno e paciente Ken, seu noivo desde 1961.
O novo namorado, Blaine, um surfista australiano loiro e bem bronzeado, tentará preencher esse vazio deixado em seu coração e em suas vendas, a partir de junho.
Além disso, Barbie aumentará seu armário, sua joalheria, seu estilo de vida e até seu interesse na tecnologia, com os telefones celulares em miniaturas que permitirão trocar mensagens com suas amigas de carne e osso.
Tudo para se atualizar e responder àqueles que pensam que seu domínio é coisa do passado.
Entre eles está Isaac Larian, presidente da companhia MGA, berço das Bratz.
"As Bratz dominam e a Barbie é história", afirma Larian, baseado nos os resultados econômicos.
Desde seu lançamento em 2001, as Bratz foram ganhando espaço até controlar 30 por cento das vendas de bonecas, reduzindo o império Barbie para 70 por cento do mercado nos Estados Unidos.
Com nomes como Jade e Yasmin entre suas bonecas e uma boa aparência com a maquiagem púrpura e violeta em seus rostos, as Bratz ganharam seu público com suas botas de plataforma, seu estilo hip-hop e um vestuário que causaria inveja em Britney Spears.
"Não somos uma moda", adverte Larian. "É o estilo de vida das meninas de 7 a 14 anos", resume o empresário, com seus dois prêmios da Associação da Indústria de Brinquedos.
A Mattel tentou contra-atacar o tom "perigoso, feroz e funkadelic" com o qual as Bratz são promovidas, utilizando suas mesmas armas e lançando ao mercado uma coleção de bebês brincalhões chamados "Flavas".
No entanto, seu estilo moderno e transgressor, além de tatuado, acabou não convencendo e este ano, a Mattel os retirou do mercado.
Larian afirma que se sua companhia continuar inovando, "as Bratz ficarão para sempre" no mercado.
Um mercado do qual a Hasbro, até agora conhecida entre os meninos por seu soldados do Comandos em Ação (GI Joe), também decidiu participar com as pequenas "Secret Central", um total de 20 estudantes de 8 centímetros de altura prontas para entrar no mercado.
Mas, apesar desta intensa concorrência, a Barbie, boneca que Ruth Handler batizou em homenagem à sua filha, ainda parece ter muita vida adiante.
Pelo menos é isso que se esperar de alguém que ao longo de seus 45 anos de história passou por três transformações físicas e foi capaz de ocupar mais de 80 empregos, de astronauta até pediatra passando por candidata à presidência.
Vendida em mais de 150 países, Barbie está disposta a superar esta crise. "A Barbie sempre terá um lugar neste mercado porque tem uma longa história", concluiu Pamela Brill, da revista "Playthings Magazine".  |  | |