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Por que cidades vizinhas no Nordeste têm indicadores tão diferentes | Podcast UOL Prime #75

Do UOL, em São Paulo

19/06/2025 05h20

Juazeiro (BA) e Petrolina (PE) são separadas pelo rio São Francisco. Têm o mesmo clima, tipo de agricultura e uma população que transita entre as duas cidades. Mas, ao longo dos anos, cresceram de formas bem diferentes.

Petrolina virou símbolo de prosperidade. Juazeiro enfrenta dificuldades com uma infraestrutura precária. Entre 2014 e 2024, Petrolina recebeu mais de R$ 460 milhões em recursos federais. Juazeiro ficou com menos de R$ 90 milhões.

A diferença se explica pelos padrinhos políticos. Em Pernambuco, famílias influentes como os Coelho garantiram irrigação, verbas e apoio para mais produtores rurais. A Bahia seguiu um caminho mais fragmentado, com menos apoio ao pequeno agricultor.

Neste episódio do UOL Prime, José Roberto de Toledo conversa com Natália Portinari sobre como a política moldou duas cidades tão próximas.

"Em Petrolina, mais agricultores familiares ganharam lotes e mais produtores tiveram a oportunidade de se beneficiar das políticas públicas. Mais pessoas enriqueceram", explica Natália.

"A população de Petrolina cresceu, ultrapassou a de Juazeiro e fez com que Petrolina se tornasse um polo mais relevante por conta de decisões que foram tomadas nos anos 1960."

Hoje, o contraste aparece na paisagem. Condomínios de luxo de um lado e bairros sem asfalto do outro.

"É uma diferença visual muito grande. Acho que todo mundo que passa por lá tem um pouco esse choque dos dois lados do rio. Do lado de Petrolina tem ruas largas, asfaltadas", descreve Natália.

"Você atravessa para o outro lado e se sente numa cidade muito menor, com chão batido em alguns lugares, sem tanta pavimentação. Vê também que o padrão dos apartamentos e o custo de vida são mais baixos."

Mas as cidades continuam ligadas: moradores de Juazeiro usam os serviços de Petrolina, e vice-versa.

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