Defesa de Bolsonaro ataca a parte mais frágil da denúncia da procuradoria
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Um dos advogados criminalistas mais brilhantes do país, Celso Villardi, defensor do ex-presidente Jair Bolsonaro, atacou a parte mais frágil da peça acusatória do procurador-geral da República, Paulo Gonet, na trama golpista.
"Não há uma única prova que ligue o presidente ao plano Punhal Verde Amarelo, à Operação Luneta e ao oito de janeiro. Nem o delator, que sustentou que mentiu contra o presidente da República, disse que Bolsonaro está na luneta, punhal, copa, oito de janeiro, nada", disse Villardi.
"Esse caso vai crescendo para colocar Bolsonaro no oito de janeiro. Onde está nesse caso que Bolsonaro é o chefe do oito de janeiro?", completou.
O artigo 359-l do código penal diz que é crime: "tentar, com emprego de violência ou grave ameaça, abolir o Estado Democrático de Direito, impedindo ou restringindo o exercício dos poderes constitucionais".
A legislação brasileira, portanto, exige para o crime de abolição do Estado democrático de direito o uso da violência. O Brasil não pune atos preparatórios ao contrário, por exemplo, da Alemanha.
Logo é importante para o procurador-geral da República, Paulo Gonet, ligar Bolsonaro a crimes violentos.
Gonet sustenta que o general Mario Fernandes, que planejou o Punhal Verde Amarelo, imprimiu o plano dentro do Palácio do Planalto.
Foi também Fernandes que repassou a Bolsonaro informações sobre as manifestações golpistas nas estradas após a posse de Lula.
Faltam, no entanto, ligações diretas do ex-presidente ao oito de janeiro. Cid chegou a dizer que o quebra-quebra foi uma "surpresa" para todos que estavam nos Estados Unidos.
Gonet pode defender que não existiria oito de janeiro sem Bolsonaro, porque ele incitou os golpistas, durante todo o seu mandato, com seus ataques ao Judiciário e, com sua recusa em reconhecer à derrota.
Para a defesa, isso é pouco.
Caberá aos ministros do Supremo decidirem quem tem razão.
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