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Sanções à Rússia dividem ocidentais: dinheiro russo está por toda a Europa

26/03/2014 18h35

Efeito indireto da crise na Crimeia, a política de sanções econômicas, diplomáticas e financeiras tomadas contra a Rússia provoca reações contraditórias. Além da suspensão dos vistos de viagem de figurões russos e anulação de contratos, a UE (União Europeia) e os Estados Unidos ameaçam aumentar a pressão sobre Vladimir Putin.

No final da reunião do G7 em Haia, que sem a Rússia deixou de ser G8, os dirigentes ocidentais deram o recado: serão decididas “sanções setoriais coordenadas que terão consequências cada vez mais importantes sobre a economia russa”. Marcada para o mês de junho em Sochi, na Rússia, a próxima reunião do grupo dos oito países mais ricos foi anulada e o G7 será realizado em Bruxelas.

Mas nem todo mundo está de acordo com o boicote à Rússia. No que lhes concerne, os banqueiros londrinos estão inquietos, segundo uma reportagem do 'Le Monde'. Como é sabido, o grosso do dinheiro russo refugia-se na praça de Londres, onde moram os grandes oligarcas enriquecidos com as privatizações realizadas depois da implosão da União Soviética.

Sessenta e oito companhias russas são atualmente cotadas na Bolsa de Londres e suas ações estão entre as mais negociadas da cidade. Grandes firmas inglesas, como a British Petroleum, também tem negócios na Rússia.

Na Alemanha, a tensão com a Rússia também preocupa grandes empresas. Aproveitando a divisão entre os europeus, Putin recebeu esta semana na sua residência fora de Moscou o diretor-geral da Siemens, um dos maiores grupos industriais alemães e europeus, para discutir “investimentos a longo prazo” da firma alemã.

Na Rússia, também há movimentos contraditórios. Os índices de popularidade de Putin estão muito altos. Ao mesmo tempo, muita gente está tirando dinheiro do país. Segundo os especialistas, só neste ano, a fuga de capitais russos já atingiu US$ 70 bilhões.

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