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Estudo sobre proteína fluorescente leva o Nobel de Química

08/10/2008 09h23

A Real Academia Sueca de Ciências anunciou nesta quarta-feira que o prêmio Nobel de Química será dividido por dois cientistas americanos e um japonês que trabalha nos Estados Unidos pelo estudo e aplicação da proteína que torna a água-viva fluorescente.

A água-viva brilha quando colocada na luz ultravioleta devido a uma proteína presente em seus tecidos. Cientistas chamam de proteína verde fluorescente, ou GFP, na sigla em inglês, e esta proteína foi estudada pelos cientistas vencedores do Nobel de química 2008.

Atualmente, inúmeros cientistas no mundo todo usam esta proteína. Estes marcadores brilhantes mostram, por exemplo, como células do cérebro desenvolvem, ou como células cancerosas se espalham pelos tecidos.

O japonês Osamu Shimomura e os americanos Martin Chalfie e Roger Tsien vão dividir o prêmio de 10 milhões de coroas suecas (cerca de US$ 1,3 milhão) cada. Os laureados também recebem uma medalha e um diploma.

Verde ou coloridoOsamu Shimomura deu o primeiro passo na pesquisa isolando a GFP de uma água-viva encontrada na costa oeste da América do Norte, ainda em 1962. Ele fez a ligação entre a proteína e a luz ultravioleta.

Na década de 90, Martin Chalfie demonstrou o valor da GFP "como um marcador genético luminoso", segundo a declaração da Real Academia Sueca de Ciências.

A contribuição de Roger Tsien foi aumentar "nosso conhecimento geral de como ocorre a fluorescência da GFP". O cientista ampliou a paleta de cores da proteína, além do verde. Isto permitiu que cientistas acompanhassem uma série de processos biológicos ao mesmo tempo com estes marcadores.

A GFP se transformou em uma ferramenta básica nos laboratórios do mundo todo. Além de ajudar a mostrar como sistemas biológicos funcionam, a proteína também pode ser usada para a área de engenharia genética.

Física e medicinaO prêmio Nobel de 2008 já foi entregue para os destaques da física e medicina. Ainda serão entregues prêmios na área de literatura e o Nobel da paz.

O Nobel de física será dividido entre dois cientistas japoneses e um americano. Yoichiro Nambu, Makoto Kobayashi e Toshihide Maskawa realizaram novas descobertas sobre as partículas básicas que constroem a matéria.

O americano de origem japonesa Yoichiro Nambu identificou um mecanismo chamado simetria quebrada espontânea no campo da física subatômica.

Kobayashi e Maskawa conseguiram prever a existência de pelo menos três famílias de partículas elementares, conhecidas como quarks.

O prêmio Nobel de Medicina deste ano foi dado aos franceses Françoise Barré-Sinoussi e Luc Montagnior, por terem identificado o vírus responsável pela Aids, e ao alemão Harald zur Hausen, por ter descoberto a associação entre o vírus HPV e o câncer cervical.