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Líderes de EUA e Grã-Bretanha discutirão crise da BP

12/06/2010 12h25

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, e o premie britânico, David Cameron, discutirão neste sábado, por telefone, os alcances do vazamento de petróleo que afeta o Golfo do México.

Segundo porta-vozes do governo britânico, os dois líderes tratarão do tema em um tom "estadista e profissional".

Cameron já disse que está "frustrado e preocupado" com o dano ambiental causado pelo vazamento de petróleo causado desde que uma plataforma de petróleo operado pela petroleira britânica BP afundou no mês passado.

O presidente da BP, Carl-Henric Svanberg, que deve se reunir com Obama na quarta-feira, conversou com David Cameron e com o ministro das Finanças, George Osborne.

Um porta-voz do governo britânico afirmou que "é do interesse de todos que a BP continue a ser uma companhia financeiramente forte e estável.

A petroleira britânica está sob intensa pressão do governo americano, que quer que a BP use o dinheiro para pagar pela operação de limpeza no Golfo do México.

O petróleo está vazando de um poço danificado a 1,5 mil metros de profundidade no Golfo do México desde a explosão da plataforma operada pela BP, a Deepwater Horizon, no dia 20 de abril, em um incidente que matou 11 trabalhadores.

Dividendos Enquanto ainda não existe certeza sobre a escala do desastre - e sobre o tamanho do rombo que ele causará às contas da BP -, a empresa está considerando suspender o pagamento de dividendos aos seus acionistas, segundo a BBC apurou.

De acordo com o editor de negócios da BBC Robert Peston, os membros da diretoria da BP estão discutindo o plano para atrasar o pagamento de 1,8 bilhão de libras (cerca de R$ 4,8 bilhões) por trimestre até que a crise possa ser controlada e a escala total das responsabilidades da companhia seja determinada.

Segundo Peston, os diretores devem se reunir na segunda-feira para tomar a decisão, mas qualquer anúncio formal só será feito depois das negociações da companhia com o presidente americano, Barack Obama, na quarta-feira.

"Na prática, as discussões de segunda-feira serão a respeito de quando suspender os pagamentos, por quanto tempo suspender os pagamentos, o que fazer com os bilhões de dólares que serão economizados", afirmou Peston.

Segundo ele, a BP estima que tem dinheiro para pagar a conta ainda que o custo total da operação de limpeza, pagamento de multas e indenizações exceder os 20 bilhões de libras (cerca de R$ 53,4 bilhões).

O preço das ações da petroleira cotadas na Bolsa de Londres caiu quase pela metade desde o início do vazamento. Na sexta, os papéis registraram alta de 7,2%, recuperando perdas de dois dígitos no dia anterior.