Britânico se torna a primeira pessoa a ser mumificada em 3 mil anos
Um ex-motorista de táxi britânico se tornou a primeira pessoa em 3 mil anos a ser mumificada com as mesmas técnicas usadas no Egito antigo.
Alan Billis, de 61 anos, havia recebido o diagnóstico de câncer terminal nos pulmões quando viu um anúncio no jornal que pedia um doador interessado em ter seu corpo mumificado.
Apesar do susto inicial, sua esposa, Jan, apoiou a decisão.
"Sou a única mulher do país que pode dizer que tem um marido múmia."
Documentário
O processo de transformação de Billis em múmia ao longo de meses foi filmado e será apresentado este mês na Grã-Bretanha no documentário Mummifying Alan: Egypt's Last Secret ("Mumificando Alan: O Último Segredo do Egito") do Channel 4.
Um dos especialistas que participaram do experimento, Stephen Buckley, passou 19 anos tentando descobrir as técnicas usadas pelos egípcios, analisando múmias e amostras de tecidos, antes de aplicar seus conhecimentos no corpo de Billis, no Instituto Médico-Legal de Sheffield.
A pele do britânico foi coberta com óleos e seu corpo, imerso em um banho de sal por mais de um mês para desidratá-lo.
Em seguida, o corpo foi envolto em tecido - como uma múmia clássica - ficando protegido de luz e de insetos. A esposa de Billis fez então uma visita e deixou fotografias e desenhos feitos por seus netos.
Após três meses, o processo foi considerado completo.
"A pele tinha essa aparência de couro, o que indica que ele estava completamente mumificado. Isso me deixa completamente seguro de que seus tecidos foram mumificados corretamente e de forma muito bem sucedida", disse o patologista forense Peter Vanezis, que participou do programa.
'Faraó'
Alan Billis disse que uma de suas grandes motivações para doar seu corpo para mumificação foram seus netos.
"Talvez isso dê a eles uma ideia de quem foi seu avô. Não sei. Eles provavelmente vão contar a alguém na escola que 'meu avô é um faraó'. Esse é meu legado, eu acho", disse ele.
A esposa de Billis inicialmente relutou em ver o corpo do marido mumificado, mas seis meses após sua morte decidiu visitar o corpo e tocou sua mão.
Ela acredita que o marido teria aprovado o resultado.
"Ele teria ficado jubilante."
Os cientistas acreditam que as técnicas utilizadas no experimento podem ser úteis para o desenvolvimento de uma alternativa ao formol para a preservação de tecidos.
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