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Nasa garante que Terra não será ameaçada por asteroides nos próximos séculos

Em Viena

20/02/2013 15h54

O diretor do projeto da Nasa para detecção de asteroides, Lindsey Johnson, garantiu que não existe nenhum corpo celeste que represente uma ameaça letal à humanidade nas próximas centenas de anos.

"Não há nenhum corpo celeste com mais de um quilômetro de diâmetro que possa colidir com a Terra nos próximos séculos", disse Johnson em entrevista coletiva, em Viena, nesta quarta-feira (20).

O especialista afirmou que um choque com um asteroide desse tipo ocorre apenas uma vez a cada um milhão de anos, mas que o impacto de um objeto desse tamanho teria consequências catastróficas para a humanidade, como a formação de uma camada de pó que bloquearia a chegada da luz solar "por dias ou meses".

A Nasa já descobriu e catalogou cerca de 95% dos asteroides a partir desse tamanho que estão na órbita da Terra e que poderiam causar uma catástrofe planetária, garantiu Johnson. Ele também destacou que a agência tem feito esforços para melhorar a tecnologia de detecção de "objetos" espaciais menores.

Segundo o especialista da Nasa, o objeto de 17 metros de diâmetro que explodiu no céu de Tchelyabinsk, cidade na Rússia, na sexta-feira passada (15), não foi detectado com antecedência porque apareceu na parte da Terra que estava em período diurno. 

Para o mexicano Sergio Camacho, diretor da equipe de Ação da ONU (Organização das Nações Unidas) sobre corpos celestes próximos à Terra, em casos como o do meteoro da Rússia, conselhos simples poderiam ter evitado que tantas pessoas se ferissem - o meteoro causou as maiores ondas infrassônicas e deixou mais de mil feridos.

Johnson concordou com o mexicano e ressaltou que é preciso popularizar certos conhecimentos básicos sobre este tipo de fato. "Da mesma forma que as pessoas sabem que quando a maré retrocede [antes de um tsunami] não é um bom momento para entrar no mar, é preciso que elas se conscientizem de que se virem um brilho no céu, é melhor não se aproximar de janelas, porque os vidros podem se quebrar e elas podem acabar feridas", exemplificou.

Os dois especialistas participaram da Subcomissão Científica do Escritório da ONU para o Espaço Exterior, em Viena, evento que acontece até a próxima sexta-feira (22). Na reunião, um grupo de trabalho dirigido por Camacho propôs, pela primeira vez, um plano de coordenação internacional para detectar asteroides perigosos e, em caso de risco para a Terra, preparar uma missão espacial para desviar suas trajetórias.

Detlef Koschny, responsável pelo programa de objetos próximos à Terra na Agência Espacial Europeia (ESA, na sigla em inglês), calculou que uma missão espacial para tentar alterar o rumo de colisão de um asteroide com a Terra poderia custar de 200 a 300 milhões de euros (de R$ 500 milhões a R$ 800 milhões).