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Astrônomos acreditam que cometa Ison não sobreviveu à aproximação com o Sol

Do UOL, em São Paulo

02/12/2013 21h30

Astrônomos que acompanham o cometa Ison ainda não têm certeza se ele sobreviveu à aproximação com o Sol na última quinta-feira (28), mas os indícios cada vez mais apontam para que ele não tenha conseguido. Para dizer que o cometa "sobreviveu" é necessário que haja um núcleo de gelo, água e rocha. Os cientistas viram uma nuvem de poeira se afastar do Sol na trajetória do cometa, mas ainda é cedo para dizer se são apenas detritos do cometa ou se há um pequeno núcleo sobrevivente.

A Nasa (Agência Espacial Norte-Americana) informa que pelo o que foi possível observar nas imagens de 1º de dezembro, não há nenhum núcleo. "Monitorando o brilho com o tempo, os cientistas poderão estimar se há um núcleo ou não, mas nossas melhores chances serão com imagens do telescópio Hubble tiradas no final de 2013", diz a agência.

O cometa Ison saiu da nuvem de Oort há 3 milhões de anos e entrou no Sistema Solar com trajetória que o fez passar muito perto do Sol, quando o calor e a gravidade são tão fortes que acabam por fragmentar ou até destruir completamente o cometa.

Já a União Astronômica Internacional é mais categórica e afirma que não há nenhum núcleo ou central de condensação. "O que permanece é muito difuso, praticamente transparente com as estrelas do fundo, e está se apagando. Parece que basicamente é uma nuvem de poeira dos restos do núcleo".

O astrônomo  Karl Battams, coordenador do projeto de observação do cometa, diz que eles ainda não sabem claramente se o cometa sobreviveu. "Há algumas coisas que sabemos com certeza. A primeira, durante sua passagem pela corona do Sol que está a milhões de graus de temperatura, a coma do cometa queimou muito, mas alguma poeira sobreviveu. Segundo, alguma coisa saiu da corona do Sol, ela pode ser o cometa ou apenas restos do que ele foi um dia. Nós não podemos dizer precisamente agora".

Segundo ele, claramente há muita poeira, mas não se sabe se há um núcleo produzindo esta poeira ou se são apenas um monte de detritos do cometa, que devem se dissipar nos próximos dias.

Neste dia 2 de dezembro, o astrofísico publicou um memorial para o cometa: "Tragicamente, em 28 de novembro de 2013, a ambição tenaz do cometa Ison superou sua capacidade, e nossa luz verde brilhante do vento solar começou a queimar".