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Robô Philae se separa da sonda Rosetta antes de pouso histórico em cometa

Do UOL, em São Paulo

12/11/2014 08h41

O robô Philae separou-se na manhã desta quarta-feira (12) da sonda espacial Rosetta em seu percurso para se tornar a primeira nave espacial a pousar em um cometa. A separação foi confirmada pela Agência Espacial Europeia (ESA), em Darmstadt, na Alemanha, às 7h03 (horário de Brasília).

Agora, o robô, de quase 100 kg, deverá fazer uma manobra semelhante a uma queda livre no espaço em direção a seu alvo: o cometa 67P/ Churyumov-Gerasimenko.

Assim que a operação foi confirmada, a missão Rosetta publicou em seu twitter: "Rumo à separação!".

Por volta das 9h06, os cientistas se animaram ao receber os primeiros sinais de transmissões do Philae. O robô  estabeleceu comunicação com a Rosetta com sucesso. O chefe de operações da ESA, Paolo Ferri, afirmou que receber sinais do Philae é ótimo, pois a partir desse momento os cientistas conseguem acompanhar as próximas horas de descida e o pouso.

O robô encaminhou um relatório com os status das suas condições, para garantir que não houve danos durante a separação. O trem de pouso do Philae já está aberto e o robô deve pousar no cometa em cerca de cinco horas. A ESA recebeu até uma foto tirada pelo Philae logo após sua separação da Rosetta.

Se tudo sair conforme planejado, o Philae fará a descida de 22 quilômetros até o cometa em silêncio, atingindo seu alvo, a chamada "cabeça", por volta das 14h (horário de Brasília).

A sonda Rosetta, que custou à agência o equivalente a R$ 4 bilhões, conseguiu "alcançar" o 67P em agosto e iniciou seu voo ao redor do cometa para conferir sua superfície e descobrir o melhor lugar para seu robô Philae.

Com tamanho semelhante ao de uma máquina de lavar roupas, o robô está programado para pousar em uma área de um quilômetro quadrado, que foi batizada pelos cientistas de Agilkia.

Entre precipícios e descidas, com rochas e buracos em sua superfície, é a melhor chance da missão. Ainda assim não há garantia de que Philae seja capaz de fazer a manobra. Vale lembrar, o cometa está viajando no espaço a 6 bilhões de quilômetros da Terra e não é um alvo estático.

Problema no pouso

Durante verificações prévias sobre a saúde do robô, os cientistas descobriram que um sistema de descida, responsável por dar um impulso para evitar um rebote no momento da aterrissagem, não estava funcionando perfeitamente.

Na aterrissagem, o trem de pouso vai absorver as forças do desembarque, enquanto parafusos localizados em cada um dos pés do Philae e um sistema de arpão travarão o robô na superfície.

“O propulsor parece não estar funcionando, teremos que confiar plenamente nos arpões de impacto”, afirmou Stephan Ulamec, gerente da operação no centro espacial alemão. “Vamos precisar de um pouco de sorte para que o robô não pouse em uma pedra ou uma encosta íngreme”.

Durante entrevista na manhã desta quarta, Jean-Pierre Bibring, cientista envolvido na missão, afirmou que a equipe está “ansiosa, porém animada”, pois “não é todo dia que tentam pousar em um cometa”.

O centro de controle da ESA transmite ao vivo pela internet toda a operação.

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