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Prazo de validade: a Terra vai acabar um dia? Existem diversas teorias

O tempo, a queda de um meteoro ou a mão do homem: o que vai acabar com a Terra primeiro? - Reprodução
O tempo, a queda de um meteoro ou a mão do homem: o que vai acabar com a Terra primeiro? Imagem: Reprodução

Colaboração para o UOL, em São Paulo

19/10/2022 04h00

Há séculos cientistas, religiosos e teóricos da conspiração em geral se debruçam sobre a questão: quando a Terra vai acabar?

Talvez, em vem de "quando", a pergunta deva começar com um "se": talvez o planeta permaneça no Universo indefinidamente. Já a vida na Terra certamente terá fim um dia.

E não será a primeira vez. A extinção de vida na Terra já aconteceu outras vezes ao longo de 5 bilhões de anos de sua existência. A mais famosa delas aconteceu há 65 milhões de anos, quando a queda de um meteoro erradicou os dinossauros.

As chances de outra extinção em massa acontecer não são pequenas, e existem diversas teorias a esse respeito:

Meteoro bom de mira

ciencia - Nasa/JWST - Nasa/JWST
Impacto da nave Dart no asteroide Dimorphos também foi registrado pelo Telescópio Espacial James Webb
Imagem: Nasa/JWST

Um dos tipos de "apocalipse" que povoam o imaginário popular é o impacto de asteroides. Nenhum desses corpos celestes teria capacidade de destruir a Terra - mas o choque com o planeta poderia causar mais uma extinção em massa.

Os astrônomos estimam que cerca de 1,1 mil asteroides com mais de 1 km de diâmetro costumam passar próximos da Terra com certa frequência. Todos podem ser potenciais causadores de uma catástrofe, como a que aconteceu com os dinossauros. Ao contrário deles, porém, conseguimos monitorar diversos objetos grandes que podem representar algum perigo.

São os chamados Objetos Próximos da Terra (ou NEOs, do inglês Near Earth Objetcs). Se um dia, algum desses objetos for observado em rota de colisão, essa observação será feita décadas antes da colisão em si, e teremos tecnologia para desviar esse objeto de sua trajetória.

Em 26 de setembro de 2022, a Nasa conseguiu desviar a rota de um asteroide lançando uma nave contra ele. O resultado mostrou que a Humanidade tem como se defender dessas ameaças.

Desastres naturais

ciencia - Arquivo pessoal - Arquivo pessoal
Extinção em massa: dinossauros foram vítimas de um meteoro
Imagem: Arquivo pessoal

Outras teorias sobre o fim da vida na Terra mostram que tanto o nosso próprio planeta quanto quem vive nele, no caso, os humanos, podem ser os verdadeiros responsáveis pelo fim da vida na Terra.

O aquecimento global pode ser um deles. A atmosfera funciona como um escudo que mantém o planeta aquecido e protege a Terra dos raios do sol. Com o aumento da destruição das florestas e a poluição produzida pelo consumo desenfreado, a temperatura está aumentando além do previsto.

O resultado é o que já conhecemos e tem se tornado comum: derretimento das geleiras, aumento rápido da temperatura, inundações, epidemias. Isso sem citar possíveis tsunamis, super vulcões adormecidos que podem entrar em erupção e vírus ainda mais devastadores que o Covid-19.

O homem tem ainda à mão recursos como armas nucleares, que podem ser usadas numa guerra e abreviar nossa estadia no planeta.

Fim do Sol, fim da Terra

ciencia - Nasa/ Johns Hopkins APL - Nasa/ Johns Hopkins APL
Um dia, o Sol vai superaquecer e 'engolir' a Terra
Imagem: Nasa/ Johns Hopkins APL

Fora alguma interferência brutal da natureza, como tsunamis, erupções vulcânicas ou o choque de um meteoro, ou a ação do homem (poluição, consumo e extrativismo desenfreados), a extinção do Sol é a causa mais provável para fim do nosso planeta.

Um dia, em seu processo natural de evolução, nossa estrela aquecerá ainda mais e aumentará de tamanho até "engolir" Mercúrio, Vênus, Terra e, deve chegar nas proximidades de Marte. Este material inflado será abandonado para o espaço e restará um núcleo denso, que não mais produz a luz e calor de uma estrela.

A Terra não será destruída, mas será uma pedra sem qualquer vida orbitando o núcleo deixado por uma estrela que cumpriu toda sua evolução.

Este processo deve começar daqui a cerca de 4,5 bilhões de anos. Mas, antes mesmo desse estágio, as modificações estruturais do processo de evolução do Sol tornarão a vida na Terra impossível.

Com o Sol cada vez maior e mais brilhante, o calor vai derreter todo o gelo do planeta e também secar de vez as águas dos oceanos. As previsões mais pessimistas calculam que isto acontecerá daqui a cerca de 500 mil anos.

Fonte: Leandro Guedes, astrônomo da Fundação Planetário da Cidade do Rio de Janeiro.