Vídeo "dá nó" no cérebro e ganha título de melhor ilusão de ótica de 2016
Dá para acreditar em tudo o que se vê? O vídeo acima mostra que existe sempre a possibilidade de o cérebro estar pregando uma peça em você. Basta que certos elementos estejam reunidos em uma mesma imagem, ou que faltem certas informações visuais (como profundidade e ângulo) para confundir o nosso cérebro e fazê-lo enxergar algo que não é real. É a famosa ilusão de ótica. Tão famosa que existe até concurso para premiar os melhores “ilusionistas” do mundo.
No vídeo “Movimento de Integração Desencadeada: Novos Truques para Cachorros Velhos”, apesar de as bolinhas não se moverem, o movimento das barras pretas e brancas dentro delas faz com que o cérebro perceba movimento dos círculos.
A sequência criada pelos pesquisadores Mathew T. Harrison e Gideon P. Caplovitz, ambos da Universidade de Nevada (EUA), foi a grande vencedora do concurso Melhor Ilusão do Ano, de 2016.
O concurso é realizado pela Neural Correlate Society e premia os melhores criadores de ilusões de ótica, sejam cientistas visuais, oftalmologistas, neurologistas ou artistas. “Eles usam diferentes métodos para descobrir os fundamentos da percepção ilusória”, explica a página do concurso.
Por que isso acontece?
A ilusão de ótica nada mais é do que uma falha no processamento visual do cérebro. “A imagem atinge o olho e vai para o cérebro e é lá que ela é processada. Ou seja, nosso cérebro capta pedaços da realidade e dá significado a eles, a partir de informações que já possui, de referências visuais. A ilusão age nesse processamento”, explica o neurologista Leandro Teles, membro da ABN (Associação Brasileira de Neurologia).
Segundo ele, existem vários tipos de ilusão de ótica e nem todo mundo vai necessariamente ser ‘iludido’. “Podem existir variações, que dependem das experiências de vida das pessoas, da genética, da iluminação no momento da observação, da distância com a tela ou objeto. É que aconteceu com o meme do vestido azul ou dourado. Claro que quanto mais elaborada a ilusão de ótica, mais pessoas serão ‘pegas’”, conta Teles.
Mas não é preciso ser artista ou pesquisador para criar uma ilusão de ótica, esses efeitos estão no nosso dia a dia.
Nosso cérebro tem uma percepção tridimensional da nossa visão. Quando vemos um prédio de longe sabemos que ele é maior do que nós estamos vendo, porque o cérebro tem as informações necessárias para entender aquela visão, então ele não é enganado"
Leandro Teles, neurologista
No entanto, quando faltam informações na imagem, o cérebro pode se confundir. Um exemplo clássico são as fotos tiradas no Salar de Uyuni, na Bolívia. “Como existe uma imensidão branca, o cérebro não consegue perceber as dimensões e parece que tudo está em um único plano”, conta.
Segundo ele, as ilusões de ótica são ótimas para nos lembrar que o conceito de realidade é bastante relativo. “A gente tem a ilusão de que o que enxergamos é real, confiamos muito no nosso sistema visual, mas é preciso saber que a visão não é perfeita e a ilusão de ótica derruba essa premissa que temos sobre a realidade”, diz.
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