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19/11/2008 - 15h40

Justiça ouve testemunhas do caso de inglesa esquartejada em Goiás

Sebastião Montalvão
Especial para o UOL Notícias
De Goiânia (GO)*
Atualiza às 18h57

A Justiça de Goiás começou nesta quarta-feira (19) a ouvir as testemunhas de defesa e acusação de Mohammed D'Ali Carvalho dos Santos, réu confesso do assassinato, esquartejamento e ocultação de cadáver da estudante inglesa Cara Marie Burke, de 17 anos, em 26 de julho deste ano. A audiência, presidida pelo juiz Jesseir Coelho de Alcântara, foi realizada na 1ª Vara Criminal de Goiânia, no Tribunal de Justiça.

Mohammed também seria ouvido hoje, mas o juiz interrompeu a audiência por conta de um compromisso na Justiça Eleitoral, da qual também faz parte. O réu será ouvido no próximo dia 26 (quarta-feira), no mesmo local. Posteriormente, o juiz aguardará a realização dos exames de sanidade mental (já autorizados) e, então, definirá a data do júri.

Caso Eloá

A reconstituição do seqüestro e morte de Eloá Pimentel teve início às 11h, com uma hora de atraso. A ação foi realizada no local onde ocorreu o crime, no conjunto habitacional Jardim Santo André, na Grande São Paulo. O laudo deve sair em 30 dias.

"A minha expectativa é que até o fim de fevereiro ele já tenha submetido aos exames e que possamos marcar a data do júri. No caso dele que já está preso, o processo anda com maior rapidez", disse Jesseir. Mohammed está preso desde o dia 31 de agosto no complexo prisional de Aparecida de Goiânia. Ele ainda é mantido em isolamento, devido à necessidade de garantir a sua integridade física.

Durante todos os depoimentos, Mohammed aparentou tranqüilidade e sorriu por diversas vezes. Ele chegou a conversar com a namorada por cerca de dois minutos quando ela entrou na sala e brincou com o irmão Bruce Lee, que estava usando terno. "Você tá elegante. Tá parecendo mais meu advogado que minha testemunha", disse o acusado. No fim, saiu sem falar com a imprensa.

Ao todo foram ouvidas sete pessoas, sendo que três delas apenas na condição de informante, já que são próximas do acusado. O primeiro a ser ouvido foi Domingos de Assis Leal, porteiro do prédio onde Cara Burke foi morta. Domingos confirmou ter visto Mohammed deixar o elevador com uma mala preta por volta das 23h40 do dia 27 de julho e entrar no Corsa sedan branco utilizado para a ocultação do cadáver.

A segunda testemunha foi Poliana da Costa Novaes, dona da festa para onde o acusado foi após ter matado a estudante inglesa. Ela disse que Mohamed foi à festa de aniversário do filho dela e chegou a ver uma imagem no celular do acusado em que Cara aparecia, aparentemente morta, suja de sangue.

Porém, segundo ela, o acusado teria dito que seria uma brincadeira. A vítima estaria simulando a morte e o sangue seria catchup, teria dito Mohammed. Poliana, no entanto mudou o depoimento dado à polícia, onde afirmava que Mohammed não aparentava estar drogado. Ao juiz, ela disse que ele estava "nervoso e alterado". Isso seria normal nele, pois, segundo ela, Mohammed estava, com freqüência, drogado.

O terceiro testemunho foi do policial Cláudio de Oliveira Silva, comandante da Rotam, destacamento da PM que fez a prisão de Mohammed. Ele confirmou a tentativa de suborno (ele ofereceu R$ 70 mil para deixá-lo livre) e também a gravação que comprova o delito.

As outras quatro pessoas foram ouvidas apenas como informantes: Helen de Matos Victoy (namorada do acusado), Bruce Lee Carvalho (irmão), Aluísio Soares de Oliveira e Jane Lúcia de Souza, amigos da família Carvalho. Todos disseram que o acusado só cometeu o crime porque estava sob o efeito de drogas.

"A impressão que deu em todos os depoimentos citam o uso de drogas como motivador do crime e essa deve ser a estratégia da defesa. Mas as circunstâncias que se deu o crime, a forma com que foi... não muda nada. Não tira o agravante", avaliou o promotor do caso, Milton Marcolino.

"Ficou claro nos depoimentos que o meu cliente, em condições normais, não cometeria o crime que cometeu", disse o advogado de defesa, Carlos Trajano, deixando clara a linha que pretende trabalhar. Ele porém, confirmou que quando for ouvido, Mohammed manterá o depoimento que deu à polícia, confessando e contando detalhes do crime. "A verdade está exposta. Não há o que omitir", disse.

História
De acordo com a denúncia do MP, Mohammed matou a facadas a inglesa Cara Marie Burke no dia 26 de julho, às 17h30, em um apartamento no Setor Universitário. Ele arrastou o corpo até o banheiro do apartamento e o deixou lá a noite toda, enquanto participava de uma festa. No dia seguinte, ele esquartejou o cadáver e, com a participação de um amigo, ocultado as partes do corpo.

O tronco foi colocado em uma mala e jogado às margens do Rio Meia Ponte, região leste de Goiânia. Cabeça e membros foram acondicionados em sacos de lixo e jogados no Ribeirão Sozinha, no município de Bonfinópolis (33 km de Goiânia).

O corpo foi encontrado no dia 29 de julho e os membros apenas nos 3 e 4 de agosto. Mohammed foi preso na madrugada do dia de 31 de julho e, no dia 21 de agosto, o juiz Jesseir Coelho de Alcântara converteu sua prisão de temporária para preventiva. No mês passado, na primeira audiência na Justiça, foi autorizado o exame de insanidade mental.

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