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Perícia apura vazamento de óleo ou gás em explosão que matou funcionário no porto do Rio

Janaina Garcia*

Do UOL, em São Paulo

30/01/2012 11h24Atualizada em 30/01/2012 14h41

Equipes da Defesa Civil, do Corpo de Bombeiros, da Polícia Civil e do Inea (Instituto Estadual do Ambiente) realizam os trabalhos de perícia para saber se houve vazamento de óleo ou gás no local em que um homem morreu e outros dois ficaram feridos, na manhã desta segunda-feira (30), com a explosão de um bueiro de água pluvial.

O acidente foi na avenida Rodrigues Alves, na zona portuária do Rio de Janeiro, no Armazém 30, em uma área de arrendamento da operadora Triunfo Logística. Técnicos das concessionárias de energia elétrica (Light) e distribuição de gás (CEG) chegaram a se deslocar ao local, mas foram dispensados pelos bombeiros pelo fato de as empresas não terem, aparentemente, relação com o ocorrido.

As vítimas eram todas funcionários da Triunfo. Segundo a Companhia Docas do Rio, que administra o cais do porto, apesar de as causas do acidente ainda serem desconhecidas, já se sabe que os funcionários faziam no local um serviço de solda pouco antes da explosão.

O funcionário que morreu foi identificado pela Docas, em nota, como Rafael Martins de Souza, 35 anos. Os feridos foram Paulo Bento Pereira, 52, e Carlos Ribeiro, também de 52, ambos encaminhados ao hospital municipal Souza Aguiar, centro do Rio.

Eles tiveram ferimentos graves e médios nos braços, e, um deles, também queimaduras no rosto. Segundo a secretaria municipal de Saúde, o quadro clínico dos dois é considerado estável.

A assessoria da CEG informou que, no local, os técnicos constataram que o caso não era relacionado à companhia. Ainda segundo o órgão, as informações iniciais eram as de que a explosão teria sido causada quando funcionários trabalhavam com solda próximo a recipientes com combustíveis.

Histórico de explosão de outros bueiros

Embora as causas do acidente de hoje ainda não tenham sido esclarecidas, o Rio tem sofrido com explosões de bueiros, mas em vias públicas, desde o ano passado.

A rede subterrânea do Rio pode ter até 4.000 bueiros com risco de explosão, de acordo com o levantamento feito pelo Ministério Público em julho do ano passado, após o registro de uma série de explosões na capital fluminense. Desses, cerca de 1.770 precisam de reparos em caráter emergencial.

A principal situação de risco ocorre quando há vazamento de gás para as galerias que contêm transformadores da Light, concessionária responsável pelo fornecimento de energia. A Companhia Estadual de Gás (CEG) está sendo investigada pelo Ministério Público a respeito das explosões. De acordo com o MP, a estrutura subterrânea da CEG está obsoleta.

A Secretaria Municipal de Conservação e Serviços Públicos faz, desde agosto de 2011, vistorias em bueiros da cidade. Segundo reportagem publicada no último dia 18, foram realizadas 37.689 vistorias e encontrados 286 bueiros com alto risco de explosão. Em todos os casos, o protocolo de emergência foi acionado, com a comunicação imediata ao Centro de Operações Rio e às concessionárias Light e CEG. Os bueiros foram isolados e sinalizados para reparo imediato pelas concessionárias.

* Colaborou Hanrrikson de Andrade, no Rio de Janeiro