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Empresas e rodoviários não chegam a acordo sobre salário, e greve segue em Belo Horizonte

Rayder Bragon

Do UOL, em Belo Horizonte

13/03/2012 14h34

Representantes de trabalhadores e de empresas de transporte coletivo de Belo Horizonte e região metropolitana não chegaram a um acordo durante reunião terminada há pouco na Superintendência do Trabalho e Emprego de Minas Gerais, em Belo Horizonte. A greve continua.

As empresas, que haviam oferecido aumento salarial de 13%, com acréscimo de 20 minutos na carga horária diária, recuaram e voltaram a oferecer os 6% inicialmente propostos. Os trabalhadores querem 20% mais participação nos lucros.

“Estamos emperrados na questão salarial, nossa proposta é de 6%. A inflação oficial no período foi de 5,63%, não temos condição de exceder isso”, afirmou Rubens Lessa, presidente do Sintran (sindicato das empresas).

Ronaldo Batista Morais, que participou da reunião como representante dos trabalhadores, rechaçou a proposta das empresas. “Vim aqui propor 20% como forma de avançar nas negociações”, disse Morais. “Tanto os 6% como os 13% já haviam sido recusados pelos trabalhadores.”

Em relação à determinação do TRT-MG, publicada na manhã desta terça-feira (13), segundo a qual pelo menos 70% da frota de ônibus deve estar nas ruas nos horários de pico, Morais informou que os trabalhadores vão ingressar ainda hoje com recurso.

Entenda a greve

A greve, iniciada nesta segunda-feira (12) em Belo Horizonte, se estendeu para outros municípios da região metropolitana da capital, como Betim, Brumadinho e Lagoa Santa, e pode prejudicar os passageiros ainda por um bom tempo devido a um impasse entre trabalhadores e patrões.

O Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários de Belo Horizonte (STTRBH) diz que não aceita a proposta oferecida pelo Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de Belo Horizonte (Setra-BH) e que não recebeu novas propostas de negociação, enquanto a entidade patronal afirma que já recorreu à Justiça para tentar suspender a greve.

Os rodoviários reivindicam 49% de reajuste nos salários, tíquete-alimentação de R$ 15, a instalação de banheiros femininos nos pontos finais e participação nos lucros e resultados (PLR).

O Setra-BH, porém, ofereceram reajuste de 13% no salário dos motoristas e trocadores, com aumento de 20 minutos diários na jornada de trabalho, e de 9% para a manutenção e administração, ou aumento de 6% sem alteração na jornada, além de abono de R$ 150 na participação dos lucros (para quem ganha até R$ 1.000), e R$ 300 para quem recebe acima desse valor.

Apenas na capital, uma média de 1,6 milhão de pessoas usam os ônibus diariamente, número que sobe para cerca de 2,1 milhões com passageiros da região metropolitana. Em Belo Horizonte, a frota é composta por 3.010 ônib us que fazem 27.567 viagens diárias, distribuídas por 296 linhas.