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Detentos pedalam para reduzir pena e iluminar avenida de cidade em Minas Gerais

Batizada de Projeto Luminar, a iniciativa começou há 90 dias e foi inspirada em academias de ginástica - Divulgação
Batizada de Projeto Luminar, a iniciativa começou há 90 dias e foi inspirada em academias de ginástica Imagem: Divulgação

José Bonato

Do UOL, em Ribeirão Preto (SP)

26/06/2012 14h19

Detentos do presídio de Santa Rita do Sapucaí (420 km de Belo Horizonte) estão reduzindo o tempo de permanência na prisão com pedaladas que geram iluminação pública.

A cada três dias de exercícios em bicicletas, em equipes que se revezam, os presos abatem um dia na pena. As pedaladas carregam baterias, e a carga elétrica é usada para alimentar postes de luz numa avenida que é local de lazer na cidade.

A iniciativa, batizada de Projeto Luminar, começou há 90 dias e foi inspirada em academias de ginástica que utilizam a energia gerada pelos frequentadores, em bicicletas ergométricas, para iluminar os ambientes.

Segundo Gilson Rafael Silva, 40, diretor-geral do presídio, equipes formadas por três presos cada se alternam para pedalar quatro bicicletas diariamente, de segunda a sexta-feira. “Eles saem das celas às 7h30 e pedalam até as 17h30, com uma hora e meia para almoço e descanso. São oito horas de atividade por dia”, disse.

De acordo com o diretor-geral, como a iniciativa empolgou os 130 presidiários, está sendo dada preferência àqueles que já cumpriram mais da metade da pena e apresentam bom comportamento.

Entre eles está Ronaldo Marcelo Wanderley da Silva, 37, que cumpre pena por assalto. “Além de fazer bem para a saúde, as pedaladas vão tirar a gente mais cedo daqui”, disse. O detento diz que já conseguiu diminuir 20 dias da pena de cinco anos e seis meses de prisão.

Onde fica Santa Rita do Sapucaí

  • Arte UOL

    Santa Rita do Sapucaí está a 420 km de Belo Horizonte, no sul de Minas Gerais

Projeto de lei

O diretor-geral do presídio afirma que a ideia colocada em prática em Santa Rita do Sapucaí vem recebendo elogios e deve ser estendida a todo o Estado porque agora virou projeto de lei.

As bicicletas, os alternadores e o sistema de aferição da energia gerada pelos presos foram conseguidos mediante doações e colaboração de técnicos em eletrônica do polo de tecnologia da cidade, o que facilitou o programa.

Por enquanto, a energia gerada pelos presos está acendendo cinco dos 34 postes da avenida Beira Rio. A intenção é que todos sejam iluminados por esse sistema, com a ampliação do número de bicicletas na prisão das atuais quatro para dez. “Vamos iluminar a avenida com uma atividade que eu considero recreativa.”