Iraniano acusado de mandar matar auditor fiscal é condenado a 20 anos de prisão no Ceará
O Tribunal do Júri acatou a denúncia feita pelo MPF (Ministério Público Federal) e condenou a 20 anos de prisão em regime fechado o empresário iraniano Farhad Marzivi, 50, conhecido como “Tony”, por tentativa de assassinato. A decisão foi anunciada no final da noite desta terça-feira (23) pelo juiz Danilo Fontelle Sampaio, da 11ª Vara Federal.
Marzivi é acusado ser o mandante da tentativa de assassinato contra o então chefe da Divisão de Repressão ao Contrabando e Descaminho da Receita Federal, Jesus Ferreira. O crime ocorreu em 2008, em Fortaleza.
Os advogados de defesa afirmaram que não havia provas suficientes para a condenação e afirmaram, na saída do júri, que vão recorrer da decisão.
O júri
O julgamento do empresário iraniano começou na manhã desta terça-feira (23), e a sentença saiu por volta das 20h (21h horário de Brasília), depois que o júri popular analisou a fundamentação do MPF e entendeu que o iraniano seria o mandante do atentado.
O acesso ao julgamento foi restrito a 60 pessoas, e, enquanto durou o júri, auditores fiscais fizeram uma vigília em frente à sede da Justiça Federal do Ceará. Com faixas, eles cobraram a condenação do réu. A imprensa não teve acesso ao julgamento.
O atentado
O atentado contra o auditor fiscal aconteceu em 9 de dezembro de 2008, no bairro de Varjota, em Fortaleza. Jesus ia para casa em seu carro quando dois homens em uma moto dispararam contra o veículo.
O auditor levou cinco tiros no rosto, sobreviveu, mas até hoje se recupera dos problemas deixados pelo atentado e recebe segurança especial. Outras três pessoas também são acusadas pelo MPF de autoria material do crime, mas o caso ainda está em fase de recurso na Justiça estadual.
O acusado
Marvizi está preso desde agosto de 2010. Ele foi detido durante a operação Canal Vermelho, da Polícia Federal, que desbaratou uma suposta quadrilha de contrabando. Ele está detido no presídio federal de segurança máxima em Mossoró (273 km de Natal.
O iraniano é acusado de pelo menos dez assassinatos, além de crimes na área fiscal. Segundo as investigações da Receita e da Polícia Federal, Farhad Marvizi mantinha um esquema de contrabando de equipamentos eletrônicos para o Ceará.
Em agosto de 2011, o iraniano foi condenado a 128 anos de prisão em regime fechado pelos crimes de evasão de divisas e lavagem de dinheiro no Ceará. Sua mulher, Sandra Almeida do Nascimento, também foi condenada, mas à pena de sete anos e oito meses de prisão em regime semiaberto.
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