Em bazar de produtos da Receita Federal, consumidor compra som com meio quilo de crack no Ceará
A compra de um som automotivo em um bazar beneficente com itens apreendidos da Receita Federal virou caso de polícia em Quixadá (a 173 km de Fortaleza). Em vez da parte interna do aparelho havia 524 gramas de crack embalados.
Segundo a vítima, que pediu para não ter o nome revelado, o som foi comprado no último dia 5, no Hospital Maternidade Jesus Maria José –instituição filantrópica que realiza bazar.
“Comprei o som nesse bazar feito por mercadorias apreendidas da Receita. Todo ano, eles vendem mercadorias mais baratas, e comprei esse som por R$ 160. Deixei ele guardado e, no sábado (8), fui instalar em uma loja de automóveis. Quando o rapaz ligou os fios, o som não pegou. Botou um pen drive e nada. O CD também não entrou. Aí, quando abrimos, o som estava com um pacote todo enrolado. Ou seja, do som mesmo só tinha a carcaça”, disse.
Após perceber o caso, a vítima levou a droga e o som até a delegacia da cidade. “Fui lá e fiz um BO [boletim de ocorrência], pois acabei sendo uma vítima. O som ficou apreendido lá, junto com a droga”, contou.
O investigador Alex Pimentel, da Delegacia de Quixadá, confirmou que o bazar onde a vítima comprou o som é realizado com frequência com produtos que são apreendidos e doados pela Receita Federal.
“O delegado regional [George Monteiro] está encaminhando o som e a droga para o Departamento de Narcóticos da Polícia Federal. Trata-se de um material apreendido pela Receita e doado para a instituição filantrópica, ou seja, não há linha de investigação por aqui. A Receita Federal vai ter que levantar o lote e saber de onde ela apanhou essa mercadoria”, disse.
Ainda segundo o investigador, a vítima já prestou depoimento e não será alvo de investigação. “Não coube a polícia fazer qualquer medida contra ele, já que foi uma vítima do caso. Inclusive soube que ele ficou de receber uma restituição da instituição”, disse.
O investigador explicou que os produtos apreendidos pela Receita Federal não costumam passar por análises criteriosas, o que leva a casos semelhantes.
“Normalmente essa instituição faz uma, duas vezes por ano esse bazar. É uma organização séria, com mais de 20 anos. A Receita Federal é que não faz uma busca minuciosa, com um aparelho de raio-x. Aí, vez por outra, aparece um caso assim. Ano passado veio anabolizante dentro de bonecas. Hoje, os traficantes usam de todo e qualquer artifício para transportar droga”, afirmou.
Procurada pelo UOL, a superintendência da Receita Federal no Ceará informou que ainda não tem um posicionamento oficial sobre o caso.
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