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Italiano é preso no CE acusado de matar ex-mulher com estilete na frente do filho de 3 anos

Carlos Madeiro

Do UOL, em Maceió

05/02/2013 18h05

A Polícia Civil do Ceará prendeu, na tarde desta segunda-feira (4), o italiano Riccardo Carozzi, 40. Ele é acusado de matar a golpes de estilete a ex-mulher Ana Kleiber do Santos Gomes, 40. O crime aconteceu por volta das 16h, no município de Maracanaú, região metropolitana de Fortaleza. O homicídio teria sido presenciado pelo filho adotivo do casal, de três anos.

Segundo os primeiros levantamentos da Delegacia de Defesa da Mulher de Maracanaú, o crime ocorreu quando Ana foi à casa de Riccardo buscar um documento. Vizinhos contaram à polícia que houve uma intensa discussão, e a vítima ainda gritou por socorro várias vezes até a chegada da PM (Polícia Militar).

“Legalmente eles ainda eram casados, não tinham oficializado a separação. Mas não moravam mais juntos. Pelo que soube, ele não queria dar o divórcio e andava dizendo que ia embora. Ela concordou que ele saísse da cidade, mas que deixasse a criança. Havia um impasse. Na tarde do crime, ela foi à casa dele pegar um documento do IPTU. Quando chegamos ao local, encontramos um estilete vermelho grande e os documentos no chão. Uma cena chocante”, informou a delegada Cesarina do Vale Cavalcante, responsável pela investigação.

A vítima foi casada com o acusado por 10 anos. Antes, ela tinha sido casada com outro italiano e um brasileiro, com quem teve dois filhos –hoje todos adolescentes. Segundo amigos, o casal tinha temperamento forte.

“O italiano disse que ela saiu de casa porque o relacionamento esfriou e porque ela queria cuidar dos filhos, que estariam dando trabalho. Ela sempre ia à casa dele, porque era lá que morava o filho adotivo. Ela via o filho quase que diariamente, e ele presenciou o crime. Quando perguntada, a criança disse ao policial: 'Papai tirou sangue da mamãe'. Algo terrível”, disse a delegada.

Em depoimento à polícia, Riccardo Carozzi negou o crime. “Ele disse que não matou ela, que tinha ajudado a vítima a pegar documentos e que tinha saído. Segundo ele, quando ela saiu, ele ficou ajeitando o quarto do menino, mas que não viu ninguém entrar. E quando voltou, ela estava ensaguentada na sala. Mas essa versão é desacreditada pelo que diz a vizinhança. Ela iria se cortar daquele jeito, com uma lesão tão grande? E ainda pedir socorro para fugir pelo portão? Não tem condições de ser verdade. E ele é muito frio contando isso”, disse a delegada.