Pastor preso no Rio é indiciado por ameaça a testemunhas em processo por tráfico
O pastor Marcos Pereira, da Assembleia de Deus dos Últimos Dias, preso acusado de estupro; seu filho Felipe Madureira da Silva; e três integrantes de sua igreja, Uanderson Renato da Silva, Lúcio Oliveira Câmara Filho e Daniel Candeias da Silva, foram indiciados nesta quarta-feira (22) por coação de testemunhas no curso de um processo que investiga uma suposta ligação dos cinco com o tráfico de drogas.
De acordo com o delegado Delmir da Silva Gouvea, titular da 64ª DP (São João de Meriti), o inquérito será encaminhado para o Ministério Público ainda hoje. A polícia começou a investigar o pastor há pouco mais de um ano, a partir de acusações que o coordenador da ONG AfroReggae, José Júnior, fez sobre o suposto envolvimento de Marcos Pereira com tráfico de drogas e lavagem de dinheiro. Ao longo das investigações, a polícia descobriu que o pastor teria estuprado algumas fiéis, entre elas três menores de idade.
Desde o dia 8 de maio, o pastor está preso no Complexo de Gericinó, em Bangu, zona oeste do Rio de Janeiro, por conta das acusações de abuso sexual. Ele é investigado ainda pela suposta participação em quatro homicídios, esquemas de lavagem de dinheiro e organização de orgias com menores de idade em um apartamento em Copacabana avaliado em R$ 8 milhões e registrado em nome da Assembleia de Deus dos Últimos Dias.
As pessoas eram chamadas para cultos, mas Pereira as forçava a participar da orgia para "serem purificadas", segundo o delegado. O policial disse ainda que o pastor costumava agir com violência, e que obrigava mulheres a fazer sexo com mulheres e homens a transar com homens.
Um dos assassinatos no qual Marcos Pereira estaria envolvido seria o de uma jovem que descobriu as orgias e teria tentado denunciá-lo. Um sobrinho do pastor também estaria envolvido nesta morte.
Nova testemunha confirma denúncias contra pastor no RJ
Fotos em rede social
Na manhã desta quarta-feira, o irmão do pastor Marcos, Allan Marinho dos Santos, compareceu à delegacia, mas não prestou depoimento. Segundo o delegado, ele se resguardou ao direito de falar apenas em juízo.
O irmão do pastor foi intimado a depor por ter colocado, na internet, fotos de vítimas e testemunhas que acusam o religioso de estupro. A polícia informou que contra ele há quatro registros de injúria e ameaça, que serão encaminhados ao Jecrim (Juizado Especial Criminal).
Marcos Pereira ganhou notoriedade por ajudar na reabilitação de dependentes químicos e resgatar criminosos ameaçados de morte por traficantes. Em 2004, ele negociou com detentos o fim de uma rebelião em um presídio no Rio de Janeiro.
Ele chegou a trabalhar junto com a ONG AfroReggae, que se dedica a recuperar moradores de favelas que tiveram envolvimento com o tráfico de drogas. A parceria terminou em fevereiro de 2012, quando José Júnior, em entrevista ao jornal "Extra", acusou o pastor de ter ordenado os ataques realizados por traficantes contra policiais do Rio, em 2006 e 2010. Pereira negou as acusações e processou Júnior por calúnia e difamação, mas o processo foi extinto pela Justiça.
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