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Cônsul da Bolívia no Brasil se reúne com lideranças para discutir caso Brayan

Janaina Garcia

Do UOL, em São Paulo

01/07/2013 18h43Atualizada em 01/07/2013 20h01

Ao menos 80 lideranças da comunidade boliviana em São Paulo participam de uma reunião com o cônsul-geral da Bolívia no Brasil, Jaime Valdivia Almanza, em uma tentativa de pacificação de ânimos por conta do assassinato do menino Brayan Capcha, de 5 anos. A criança foi morta com um tiro na cabeça, na última sexta (28), em São  Mateus (zona leste), durante um assalto à casa da família.

A reunião acontece na sede do consulado, na avenida Paulista. Uma boa parte dos imigrantes bolivianos que foram até lá para falar com o cônsul tiveram não conseguiram entrar, devido à capacidade do local. Além deles, um grupo de aproximadamente 300 bolivianos segue em passeata ao consulado, a partir da zona leste, pelas principais ruas e avenidas da capital paulista.

O corpo de Brayan foi levado para a capital boliviana, La Paz, às 13h, em um voo comercial a partir de Cumbica, em Guarulhos. Os pais da criança foram no mesmo voo. A previsão é que o corpo chegue à cidade nesta noite e seja trasladado por cerca de 200km até o povoado de seus familiares. Antes de La Paz, o voo faria conexão em Santa Cruz de la Sierra.

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Segundo a advogada Ruth Camacho, que é boliviana naturalizada brasileira, trabalha com a comunidade há 25 anos e atua na Pastoral do Migrante, da igreja católica, o cônsul passará às lideranças o que tem sido feito para investigar a morte de Brayan.

“O consulado é o representante da família nessa investigação e passará aos líderes comunitários as medidas judiciais cabíveis a partir da prisão dos criminosos”, disse a advogada. Segundo ela, “a comunidade está muito assustada porque infelizmente é vítima de muitos roubo, extorsão, vítima de pessoas de marginais que se passam por autoridades”, e a morte do menino “foi o estopim de toda essa situação de revolta”.

No consulado, a informação é que não há previsão de término da reunião.

Empresários fazem "força tarefa" para ajudar família, diz advogada

A advogada da família de Brayan, Patricia Veiga, disse que empresários brasileiros do comércio exterior já se dispuseram a oferecer emprego aos pais do menino na Bolívia.

"É gente que fez uma força-tarefa para ajudar esse casal. Se eles quiserem as vagas que serão oferecidas, e se não aparecerem outras na Bolívia, elas serão uma alternativa para que a família se reconstruir --mas os pais aguardarão o enterro do menino, amanhã [2]", disse.

Além  dos empresários, afirmou a advogada, cidadãos brasileiros e bolivianos arrecadaram fundos e levaram à família no aeroporto, antes do embarque.

Polícia busca mais dois suspeitos

Pela Polícia Civil, que já prendeu três suspeitos de participar do crime, desde sexta, continuam as buscas por outros dois que também teriam participado do assalto à família boliviana –entre os quais, Diego Rocha Freitas Campos, 20 anos, fugitivo do sistema penitenciário desde maio passado.

Em comunicado, o Ministério das Relações Exteriores informou que as despesas de repatriação, incluindo a viagem pela companhia Boliviana de Aviación, em que também viajaram os pais do menino, foram custeadas pelo governo brasileiro. Uma empresa funerária bancará gratuitamente o trajeto até a cidade de Achacachi, no planalto.

Criminosos acharam pouco os R$ 4.500 da família

Os pais de Brayan chegaram ao Brasil no começo do ano para trabalhar em uma confecção, e, embora tenham dado aos assaltantes R$ 4.500, os criminosos exigiram mais dinheiro e ameaçaram matar as duas crianças que estavam na casa no momento.

Segundo o relato dos parentes, a criança começou então a chorar e um dos assaltantes lhe deu um tiro na cabeça.

A Polícia de São Paulo deteve de sexta-feira passada a hoje três suspeitos do crime, um deles de 17 anos, informou a Polícia Civil de São Paulo. (Com agência Efe)

Onda de crimes no Estado de São Paulo
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