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Presos de Pedrinhas fazem greve de fome contra maus-tratos e presença de PM

Comissão de Direitos Humanos (CDH) do Senado visitou o CDP de Pedrinhas, em São Luís - Beto Macário/UOL
Comissão de Direitos Humanos (CDH) do Senado visitou o CDP de Pedrinhas, em São Luís Imagem: Beto Macário/UOL

Carlos Madeiro

Do UOL, em São Luís

13/01/2014 17h38

Presos de três alas da penitenciária de segurança máxima São Luís 1, no Complexo Penitenciário de Pedrinhas, em São Luís, iniciaram greve de fome nesta segunda-feira (13), quando a Comissão de Direitos Humanos do Senado fez uma visita à prisão.

Segundo a senadora e presidente da comissão, Ana Rita (PT-ES), os presos fizeram uma série de reclamações, que devem ser analisadas pelo Estado. “Eles reclamam da militarização, dos maus tratos com as visitas, a maior reclamação dos que estão no setor de greve de fome, alguns reclamam que não tem acesso do processo”, disse.

O presídio de Pedrinhas foi ocupado por policiais desde o último dia 27. Desde lá, muitas foram as reclamações de maus-tratos de PMs a detentos. 

O secretário de Justiça e Administração Penitenciária, Sebastião Uchôa, confirmou a greve de fome e disse que já foi iniciada uma negociação com os detentos.

“Iniciou-se hoje, mas o presos tem alimentos, porque o parentes vieram no fim de semana. Já montamos a comissão para ver o que pode ser atendido, e o que não pode ser. Algumas coisas são possíveis, como mais tempo de banho de sol, de visitas dos familiares”, disse.

Questionado, Uchôa não soube informar quantos presos teriam em greve de fome. “Tem ala com 100, tem ala com 80. O número exato não sei dizer”, afirmou.

O secretário também afirmou que a greve de fome pode ter ligação com a futura transferência de presos das unidades prisionais do Maranhão para presídios federais. “Em tese, sim [tem ligação com as transferência]. Eles colocaram uma bandeira lá dentro e vamos analisar tudo com cautela. Não vamos fazer transferência de forma irresponsável para cometer injustiças”, disse.