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Não existe oligarquia no Maranhão, diz Roseana

Governadora do Maranhão, Roseana Sarney (PMDB), durante entrevista em São Luís - Beto Macário/UOL
Governadora do Maranhão, Roseana Sarney (PMDB), durante entrevista em São Luís Imagem: Beto Macário/UOL

Carlos Madeiro e Marina Motomura

Do UOL, em São Luís e Brasília

12/01/2014 06h00Atualizada em 12/01/2014 11h14

Na última quinta-feira (9), ao lado do ministro da Justiça José Eduardo Cardozo, a governadora Roseana Sarney (PMDB) se irritou com uma pergunta que questionava o representante federal sobre a ajuda à “família Sarney.”

Interrompendo a todos, Roseana respondeu em tom ríspido que a crise no Maranhão não era questão familiar. “Quem manda aqui sou eu, Roseana”, disse, para aplausos de aliados. 

Preso diz que transferências podem gerar mais ataques

Neste sábado (10), a governadora maranhense concedeu entrevista ao UOL, por e-mail, e voltou a ser dura ao ser questionada se no Maranhão existe uma “oligarquia”.  "Isso é ignorância ou má-fé."

Com respostas curtas, a governadora também disse que não sabe se vai deixar o governo do Estado em abril para concorrer ao Senado, afirmou que a violência é um problema nacional e confirmou a manutenção da licitação para compra de itens como caviar e uísque escocês.

A governadora também relata as medidas que estão sendo tomadas para minimizar a crise no sistema prisional do Estado. Leia a íntegra da entrevista.

UOL - A senhora deixa mesmo o governo em abril para se candidatar ao Senado?

Roseana Sarney - Essa é uma questão que ainda estou analisando.

A senhora demonstrou insatisfação ao comentar sobre uma pergunta que falava sobre a família Sarney. A senhora, assim como os familiares, se sente injustiçada com os comentários de que o MA tem um "oligarquia"? 

Não existe oligarquia. Isso é ignorância ou má-fé. No Maranhão, assim como no Brasil, há democracia. Os governadores são eleitos. Não gosto de comentários maldosos.

Além da transferência de presos em parceria com o MJ, que outras medidas ainda serão tomadas para diminuir a sensação de insegurança das pessoas no Estado?

Desde que assumi o governo em 2009, a segurança tem sido uma prioridade. Nos últimos quatro anos, foram feitos investimentos efetivos. A frota de viaturas foi renovada, com entrega de mais de mil veículos; novos equipamentos e armamentos foram adquiridos; foram feitos investimentos na qualificação profissional e na inteligência policial; construídos e reformados batalhões e delegacias de polícia; implementado o projeto das Unidades de Segurança Comunitária (USC), com a primeira unidade entregue no bairro Vila Luisão, reduzindo em 73% o índice de criminalidade na região. Foi realizado concurso público para a efetivação de cerca de 2.500 homens da Polícia Miliar, Corpo de Bombeiro e Policia Civil, e já autorizei a convocação de mais 1.000 excedentes aprovados da PM no certame. Com relação à situação de prisional, estamos investindo recursos da ordem de R$ 131 milhões na construção de novas unidades e no reaparelhamento do Sistema Penitenciário do estado, que irá viabilizar a criação de novas vagas. Durante encontro com o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, aqui em São Luís, anunciamos 11 medidas a serem implementadas para resolução da crise no sistema penitenciário. Uma das quais já colocamos em prática, que foi a criação do Comitê Gestor de Ações Integradas, que já se reuniu para traçar e definir metas de trabalho.

O Estado registrou um aumento de 460% na criminalidade em 13 anos, sendo 807 homicídios só na Grande São Luís. O que justificaria essa explosão de violência? 

O aumento da violência não acontece somente no Maranhão. Essa é uma realidade em todo o Brasil, estimulado principalmente pelo crescimento do tráfico de drogas, um mal que se espalha em todas as regiões do país.

O seu pai, senador José Sarney, comemorou o fato de a violência ocorrer dentro dos presídios, e não nas ruas. A senhora concorda?

Entendo que meu pai não comemorou e nem vai comemorar violência.

Alguns especialistas têm criticado a transferência de presos como medida de combate à violência em Pedrinhas, já que eles teriam contato com líderes de organizações criminosas como o PCC. A senhora acha que a transferência realmente ajuda?

Toda ajuda que vier para devolvermos a normalidade no sistema prisional do estado será bem-vinda.

A senhora vai manter as licitações para compra de itens de alimento e bebida?

A Comissão Central de Licitação (CCL) solicitou revisão no Termo de Referenciamento. O rito processual segue conforme estabelece a Lei de Licitações.

 

O Maranhão tem um dos piores IDHs (Índice de Desenvolvimento Humano) do país. Mesmo assim, a senhora citou que o Estado "está muito bem" e "está ficando rico". Isso explicaria a violência e as críticas da oposição?

Quando disse que o Maranhão está indo bem, claro que não podemos e não temos como fechar os olhos para o problema do sistema prisional. Temos ainda indicadores que precisam avançar, é verdade, mas muito já evoluímos nos últimos quatro anos, em saúde, educação e na área econômica. Somos a 16a economia do país. Os dados do IBGE (2011) comprovam que o PIB real do estado cresceu 10,3% e o do Brasil, 2,7%, fazendo do Maranhão o quinto do país e o primeiro do Nordeste em crescimento. Estamos com mais de 120 bilhões de reais em investimentos, com grandes empreendimentos em instalação no estado, gerando milhares de emprego e renda para a população.