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Após morte de 5 jovens, PM exonera comandante de batalhão no Rio

Um grupo de cinco jovens foi morto nas proximidades da Estrada João Paulo, em Costa Barros, subúrbio do Rio de Janeiro - José Lucena/Futura Press/Estadão Conteúdo
Um grupo de cinco jovens foi morto nas proximidades da Estrada João Paulo, em Costa Barros, subúrbio do Rio de Janeiro Imagem: José Lucena/Futura Press/Estadão Conteúdo

Do UOL, no Rio

30/11/2015 12h30

O comando da Polícia Militar do Rio de Janeiro exonerou nesta segunda-feira (30) o comandante do 41º Batalhão, tenente-coronel Marcos Netto, “em razão dos últimos lamentáveis acontecimentos envolvendo policiais sob o seu comando”. Na madrugada deste domingo (29), cinco jovens foram assassinados com tiros de fuzil em Costa Barros, na zona norte da cidade. Quatro policiais militares são suspeitos de envolvimento nas mortes.

Em nota, a Secretaria de Segurança afirma que as ações dos PMs “conflitam com as orientações do Comando da Corporação”. Os policiais foram presos e devem responder por homicídio doloso (quando há a intenção de matar) e fraude processual. 

Pela manhã, Marcos Netto deu entrevista ao "Bom Dia Rio", da Rede Globo, e criticou a conduta dos PMs. "Nós determinamos aos policiais que efetuem disparos somente quando forem agredidos, e de forma proporcional. O que vimos preliminarmente é que houve uma reação desproporcional. Nós lamentamos profundamente o que aconteceu", afirmou Netto. "A Polícia Militar hoje chora juntamente com os familiares dessas pessoas que lamentavelmente vieram a óbito, mas que permaneçam acreditando na nossa instituição. Não podemos tomar o todo pela parte. Foi uma ação isolada, errada e está sendo apurada. Esses policiais, além de responder pela Justiça Militar, eles poderão ser excluídos da corporação."

Mais cedo, o governador Luiz Fernando Pezão (PMDB-RJ) admitiu a hipótese de execução. "Nunca julgo premeditadamente as pessoas, mas parece que foi execução. E isso nós não vamos tolerar. Se tiver que expulsar, vamos", afirmou após participar de um seminário na Associação das Empresas de Engenharia do Rio de Janeiro. O governador, no entanto, evitou ligar o caso a um episódio de racismo, por se tratar de jovens negros. "Não é racismo. É erro e erro a gente vai combater."

Roberto de Souza Penha, 16, Carlos Eduardo da Silva de Souza, 16, Cleiton Correa de Souza, 18, Wilton Esteves Domingos Junior, 20, e Wesley Castro Rodrigues, 25, estariam passando de carro na estrada João Paulo, em Costa Barros, quando foram surpreendidos pela ação policial.

Após metralharem o carro, os PMs teriam tentado forjar um cenário de auto de resistência (quando o policial alega ter atirado para se defender) no local das mortes. A Polícia Civil identificou indícios de fraude processual no registro de ocorrência feito pelos policiais.

De acordo com a 39ª DP (Pavuna), os PMs Thiago Resende Viana Barbosa, Marcio Darcy Alves dos Santos e Antonio Carlos Gonçalves Filho foram presos em flagrante por homicídio doloso e fraude processual. O PM Fabio Pizza Oliveira da Silva foi preso por fraude processual.