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Adolescentes campeões de xadrez em SP preferem balada e futebol

Os vencedores da categoria sub-16 do campeonato de xadrez da rede municipal de SP - Roberto Setton
Os vencedores da categoria sub-16 do campeonato de xadrez da rede municipal de SP Imagem: Roberto Setton

Suellen Smosinski

Em São Paulo (SP)

16/06/2011 21h25

Quebrar a cabeça para vencer uma partida de xadrez é um belo exercício intelectual. Mas na hora do lazer, o bom mesmo é jogar futebol e cair na festa. Essa é a opinião dos vencedores da categoria sub-16 da final municipal de xadrez por equipe, disputada nesta quinta-feira (16) no ginásio de esportes do Estádio do Pacaembu, em São Paulo (SP).

Ao todo, 1,5 mil alunos da rede municipal de ensino participam dos dois dias de disputas em cinco categorias, divididas em gênero feminino e absoluto (meninos e meninas).

Membros da equipe vencedora no absoluto, Igor Jhonatan Costa Silva, 12, da 6ª série do fundamental, e Bruno Amorim dos Santos, 13, da 7ª série, curtem tanto aplicar um xeque-mate quanto botar a bola no fundo da rede. “Se pudesse escolher um dos dois para minha carreira, preferiria o futebol por ter mais futuro”, diz Bruno, que mesmo assim treina duro xadrez em casa e na escola.

Já as meninas Jéssica Lopes, 13, da 8ª série, Kamilla Alves Dellaqua, 13, 6ª série, e Mayara de Aguiar da Silva, 14, 8ª série, campeãs do feminino, dizem não trocar uma boa festa por um jogo de xadrez. Mas isso nem de longe quer dizer pouca dedicação ao jogo. Mayara e Kamilla treinam há sete anos. Jéssica, há quatro. “Em casa eu treino com a minha irmã e no computador”, diz Mayara.

As duas equipes vencedoras são da EMEF Bartolomeu Lourenço de Gusmão, na Vila Santa Isabel.

Na disputa, cada time contou com seis jogadores, quatro titulares e dois reservas, para um total de seis partidas. O jogo dura 30 minutos – um tempo curto, considerando-se que uma partida entre adultos pode levar dias. O evento faz parte do programa Xadrez Movimento Educativo, da SME (Secretaria Municipal de Educação de São Paulo).

Reforço em concentração e lógica

Nas arquibancadas, o clima era de animação. “Eu comecei a jogar por causa de um amigo, cansei de perder para ele e fui fazer aula”, conta Rafael de Souza Neres, 14, da 8ª série. “Eu jogo na escola, em casa, em passeios, no computador e no videogame”, afirma. O estudante acredita que a concentração estimulada pelo jogo ajuda em todas as disciplinas da escola.

Egnom Viana, coordenador do programa, concorda. “O xadrez ajuda também no desenvolvimento da lógica e capacidade de dedução, o que é fundamental, por exemplo, para a matemática”, explica. “Os alunos aprendem a criar estratégias e a fazer planos.”

O Xadrez Movimento Educativo é levado a algumas escolas da rede por professores que passam por um curso de capacitação oferecido pela SME. Trata-se de uma atividade extracurricular, realizada pelos estudantes fora do horário de aula. Participa só quem quer.

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